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Enviada em: 14/04/2018

A Herança Colonial       Com a chegada dos portugueses no Brasil em 1500, instaurou-se um processo extremamente agressivo de exploração agrária, onde o lucro era o único fator levado em consideração. Somado a isso, a adoção do modelo de Capitanias Hereditárias fez com que as terras fossem divididas em grandes latifúndios. Hoje, já no século XXI, as consequências dessas práticas continuam a afetar tanto a economia quanto a fauna e flora brasileira, prejudicando assim, direta ou indiretamente, a todos os habitantes do país.     No Brasil, segundo o Censo Agropecuário de 2006, menos de 1% do número total de estabelecimentos rurais controlam cerca de 45% de toda a área rural do país. Por outro lado, na mesma pesquisa demográfica é possível perceber que cerca de 50% dos estabelecimentos rurais ocupam juntos menos de 3% da área agricultável. Um dos responsáveis por essa proporção desigual é o antigo modelo de distribuição de terras chamado de Capitanias Hereditárias, prática onde gigantescos lotes de terras eram doados pelo Rei de Portugal a indivíduo que se comprometia a cultivá-lo, sem que pudesse vendê-lo. Desse modo, a economia interna acaba sendo prejudicada, visto que muitos desses latifúndios são improdutivos, e servem apenas para especulação fundiária, quando poderiam estar sendo utilizados para aumentar a produção agrícola, gerar empregos e cumprir sua função social.           Também convém lembrar que a partir de 1960 o Brasil passou por um processo de mudança que ficou conhecido como Revolução Verde — programa de inovações tecnológicas que visava aumentar a produtividade do agronegócio. Apesar do aumento substancial ocorrido, que transformou o Brasil em um recordista de produtividade e exportação, a modernização trouxe inúmeros problemas ao meio ambiente, tais como: desequilíbrio ecológico, desmatamento, queimadas para cultivo e, principalmente, expansão da fronteira agrícola. Além disso, o Brasil hoje é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, sendo assim, mesmo sem estar cientes, todos os consumidores têm sua saúde afetada.          Portanto, fica evidente que problemas agrários há séculos vem afetando a economia e o meio ambiente brasileiro. Uma das formas de solucionar esses intempéries seria por meio de uma reforma agrária, para isso, o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e outros órgãos responsáveis, precisam agir de maneira mais eficaz para conseguir diminuir a concentração fundiária. Aliado a isso, é preciso que o sistema executivo e legislativo, apliquem punições mais severas aos infratores das leis ambientais. Entretanto, tudo isso só poderá ser realizado quando os interesses pela saúde pública e preservação do meio ambiente suplantarem os interesses políticos e econômicos.