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Enviada em: 26/07/2018

É incontestável que o tabagismo é um dos principais problemas do século contemporâneo. De acordo com dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), anualmente, mais de 150 mil brasileiros morrem devido ao consumo de cigarro. Torna-se evidente, portanto, que o vício por nicotina é uma questão econômica e de saúde pública no Brasil, agravada pelo bombardeio midiático realizado no passado que estimulou diversos indivíduos a tornarem-se dependentes químicos desde então.       Até a metade do século anterior, nas propagandas televisivas veiculadas, o tabaco era tratado de maneira extremamente glamourizada, ao mostrar importantes ícones, como a atriz Marilyn Monroe, utilizando desse produto e relacionando-o com sucesso e felicidade, o que incentivou, por conseguinte, números alarmantes de espectadores a consumirem o cigarro. Desde então, propagandas desse modelo foram proibidas no Brasil, mas o tabagismo ainda é uma doença que acomete diversos brasileiros como exposto pelo Inca. Essa situação, além de ser extremamente danosa no sentido da saúde nacional, é negativa no aspecto econômico do país, na medida em que muitos dependentes químicos encontram-se, fisicamente, incapacitados de ingressarem no mercado de trabalho formal. Destarte, tem-se uma diminuição da produtividade interna, gerando, consequentemente, um déficit de 17,5 bilhões de reais por ano para o Brasil, segundo levantamento realizado pelo Ministério da Saúde.       Como se isso não bastasse, outro fator substancial para o agravamento do problema é a forma com que o tabagismo é tratado em nossa sociedade. O tabaco, por apresentar a nicotina (substância extremamente viciante) em sua constituição, pode ser considerado uma droga lícita. Desenvolve-se, então, um certo menosprezo em relação às problemáticas que circulam o cigarro e, por isso, a dependência por esse produto é qualificada como algo que pode ser vencido simplesmente pela boa vontade do indivíduo, o que não é verdade, pois é cientificamente provado que o tabagismo é um distúrbio compulsivo e que deve ser tratado por profissionais da saúde.       Logo, faz-se necessário que o Governo Federal, em conjunto com o Ministério da Saúde, por meio da realização de propagandas em momentos de pico de audiência e entregas de panfletos em locais de grande movimentação, incentive a população dependente da nicotina a procurar tratamentos terapêuticos específicos para que, dessa forma, mais fumantes possam lograr um tratamento efetivo e científico direcionado à luta contra esse vício. Dessa maneira, esse problema seria combatido de modo mais satisfatório, aprimorando, por conseguinte, a saúde pública e a economia nacional.