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Enviada em: 14/07/2018

"Dê-me um cigarro". Esse é o verso do poema Pronominais de Oswald de Andrade. Porém, longe da poética, infelizmente, essa temática ainda permeia na vida de milhares de brasileiros. Seja tanto pela influência midiática, quanto pela própria condição social do indivíduo, o tabagismo é recorrente no coletivo.       Em primeiro lugar, cabe destacar a presença da mídia e como essa interfere culturalmente na vivência individual. Segundo os filósofos Adorno e Horkheimer, vive-se hoje um padrão de vida regido pela indústria cultural. Isto é, onde tudo o que é produzido é massificado no intuito de padronizar a produção para a sociedade capitalista. De maneira análoga, o tabagismo é igualmente afetado e banalizado. Um claro exemplo, são os filmes que ao empregar a figura de alguém "Bad Boy" fumante, transfere indiretamente a mensagem de que o ato de fumar é normalizado, uma vez que imagem comportamental é replicada exageradamente.       Por outro lado, o próprio contexto social que o sujeito está inserido respalda o tabagismo e acarreta em problemas de saúde. De acordo com a Vigilância de Doenças Crônicas por Inquéritos Telefônicos (VIGITEL), cerca de 23% dos indivíduos com baixa escolaridade de 18 a 29 anos são fumantes. Dessa forma, alguns desses ficam à margem da sociedade e podem acabar em vícios, como o cigarro, decorrentes de sua condição menos favorecida. Porém, tal atitude fomenta doenças cardiovasculares, pneumonia e até o câncer.       Infere-se, portanto, que é consternador o tabagismo em questão do Brasil. Por isso, é premente que as unidades de saúde do Estado ofereçam apoio psicológico por meio da psicoterapia, assim como auxílio médico, como medicamentos e tratamento adequado para mitigar essa doença. Ademais, é basilar que os Ministérios da Educação e da Saúde, em parceria, estabeleçam medidas socioeducativas através de uma educação eficiente a fim de suprir a defasagem educacional observada, além de informar os potenciais males do tabaco aos jovens e adolescentes. Já a mídia com seu alcance propagandístico deve informar os cidadãos sobre o perigo dessa doença e do vício para a saúde coletiva. Só assim, poder-se-á verificar uma melhora dessa problemática e a garantia de uma sociedade mais justa.