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Enviada em: 30/07/2018

A Carta Magna de 1988 – documento de maior soberania no território nacional – declara a saúde como um direito fundamental de todo cidadão. Apesar disso, observa-se que o contínuo hábito de fumar vai de encontro aos preceitos estabelecidos pelo documento. Nesse contexto, a problemática representa um cenário desafiador na atualidade, seja pela insuficiência de órgãos governamentais, seja pelo veloz mercado capitalista.        Em primeiro plano, Zygmunt Bauman afirma que algumas instituições, na era pós-moderna, configuram-se como ‘’zumbis’’. Dentro dessa lógica, tais instituições perderam suas respectivas funções sociais, todavia, tentam manter-se a qualquer custo. De maneira análoga, é possível observar que o Ministério da Saúde acaba por falhar perante as ações e políticas públicas, no que tange o combate ao tabagismo, destinadas à sociedade civil, uma vez que diversos indivíduos, sobretudo aqueles que habitam em zonas de vulnerabilidade social, não experimentam, de maneira efetiva, de tais ações, em decorrência da carente presença de mecanismos de conscientização, tal como palestras, nesses locais. Por conseguinte, tal conjuntura contribui para a persistência da problemática no Brasil, sob pena de graves prejuízos para o organismo, a exemplo da aquisição de doenças pulmonar.        De outra parte, Immanuel Kant, na teoria do Imperativo categórico, atesta que a dignidade humana deve constituir uma das máximas universais. No entanto, sob a ótica do sistema capitalista, cabe comentar que diversos cidadãos não vivenciam esse postulado, visto que as empresas vinculadas à produção de cigarro, motivadas pelo modelo econômico vigente - o qual baseia-se na incessante busca pelo lucro -  procuram, cada vez mais, estimular o uso de tais produtos à base de nicotina, de modo que tentam abrandar os efeitos provocados pelo cigarro com a recorrência de propagandas, ou, inclusive, criam sabores especiais para esses produtos, sob a perspectiva de alcançar proveitos. Posto isso, o ágil método capitalista colabora decisivamente para a alienação dos consumidores no que se refere ao tabaco e, consequentemente, para enraizar essa prática no ideário coletivo.         Destarte, o tabagismo simboliza um grave obstáculo social e, sendo assim, medidas são imperativas, a fim de mitigar a questão. Nesse sentido, compete ao Ministério da Saúde, em parceria com as prefeituras, elaborar ações e políticas de saúde com destino a toda a comunidade civil, sobretudo em camadas mais baixas da população, por meio de palestras com especialistas no assunto, e apresentações culturais, com o fito de expor as consequências trazidas pela constante prática de fumar e, quiçá, sob o viés lúdico, atenuar os altos índices de fumantes no país. Dessa forma, poder-se-á ter uma sociedade mais justa e igualitária, conforme propõe a Constituição do país.