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Enviada em: 06/08/2018

Clarice Lispector, célebre escritora brasileira, não negava seu vício pelo cigarro: em suas entrevistas e ensaios fotográficos, a artista era comumente vista com uma cigarrilha na mão. Até mesmo em suas obras esse elemento era abordado e, o que outrora fora consumido por prazer, quase a matou em um incêndio. Nesse contexto, representado muitas vezes como símbolo de sensualidade e intelectualidade, o consumo do tabaco oferece inúmeros problemas à saúde humana e é responsável pela morte de cerca de sete milhões de pessoas ao ano. Logo, por apresentar graves consequências ao organismo, torna-se evidente a necessidade de medidas que solucionem o impasse para aumento do tabagismo no país.        Acredita-se que a prática de fumar tenha surgido em cerimônias religiosas na América, restringindo-se aos xamãs, aos médicos e aos sacerdotes. Mesmo com a popularização do tabaco na Europa após o século XVI, a fumaça ainda tinha a conotação de um elemento sagrado, pensado para expulsar maus agouros e curar doenças. Entretanto, hoje, sabe-se que as substâncias presentes no fumo são  extremamente nocivas aos seres humanos, de modo que o ato de fumar é considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como a principal causa de morte evitável no mundo.              Além do câncer de pulmão, várias são as doenças cardiovasculares e cerebrais decorrentes do hábito de inalar a fumaça do tabaco, a exemplo o derrame cerebral, também conhecido como AVC. Mesmo que essas consequências sejam conhecidas pela maioria, o número de fumantes no Brasil é preocupante, haja vista que o país ocupa o oitavo lugar no ranking mundial, com aproximadamente 18,2 milhões de pessoas dependentes desses químicos. Em destaque, o estresse da vida moderna é o principal fator que leva pela busca constante de rapés, pois esses reduzem a ansiedade e melhoram a concentração. Assim, dá-se a sensação de prazer imediato e, dela, leva-se ao vício.        Portanto, de maneira a garantir a saúde de todos os cidadãos, faz-se necessário que o governo, a mídia e a comunidade estejam empenhados em criar políticas para combater essa mazela. Em primeiro lugar, é importante que o Ministério da Saúde, em parceria às escolas, promova nesses ambientes exposições de cartazes, palestras e jogos interdisciplinares, sob o auxílio de enfermeiros e professores de química e biologia, para ensinar didaticamente às crianças e jovens sobre os riscos presentes na inalação de tais substâncias, objetivando a formação de adultos conscientes dos riscos. Ademais, é papel das secretarias municipais, em apoio aos postos de saúde locais e a comunidade de profissionais da saúde, fomentar campanhas contínuas voltadas para os fumantes a fim de incentivá-los a procurar tratamento para curar esse vício, além de oferecer oficinas de bem-estar e cuidados com a vida.