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Enviada em: 15/08/2018

Até o início da década de 1990, era comum a veiculação de propagandas e de filmes hollywoodianos que associavam o uso do cigarro ao status social e ao glamour. No entanto, no Brasil, tais práticas foram intensamente freadas graças às iniciativas públicas de restrição a essas ações extremamente  apelativas. Porém, ainda são perceptíveis altos índices de utilização dessa droga no território nacional, o que se deve, principalmente, ao declínio das campanhas de conscientização e à escassez de políticas mais incisivas contra a indústria do tabaco.  Em primeiro plano, deve-se destacar a diminuição de projetos educativos em oposição ao tabagismo. Tal quadro é resultado da banalização desse vício, já que, nas décadas passadas, houve maior difusão dos problemas de saúde derivados do cigarro e a consequente redução do número de fumantes, induzindo a paralisação das políticas de conscientização na mídia. Segundo o filósofo alemão Jurgen Habermas, a comunicação entre o Estado e a sociedade é de fundamental importância para realização de ações deliberativas em conjunto com a sociedade. Assim, em virtude da negligência governamental com a realização de campanhas, o nível de instrução do público acerca dos malefícios dessa prática entrou em queda, o que contribuiu para a volta do elevado consumo de tabaco.   Outrossim, é válido analisar a carência de medidas públicas mais severas contra a indústria de cigarros no Brasil. Esse cenário advém do grande lobby praticado por essas empresas no país, tendo em vista a alta lucratividade gerada pelo comércio dessa droga. Desse modo, o reajuste dos preços do produto são protelados, deixando-os mais atrativos e dificultando a redução do tabagismo. Todavia, é notório que o vício em nicotina traz efeitos danosos à economia nacional, já que a parcela fumante da coletividade gera gastos com saúde e com a perda de sua produtividade no meio laboral. De acordo com dados do Ministério da Saúde, são gastos anualmente cerca de 56,9  bilhões de reais por conta desse impasse, reforçando a importância da maior tributação sobre a venda de cigarro no território nacional.   Fica clara, portanto, a necessidade de superação do tabagismo no Brasil. Destarte, cabe à secretarias municipais de saúde promover campanhas periódicas de conscientização sobre os malefícios do cigarro. Tal ação deve ocorrer por meio da realização de palestras educativas, lideradas por médicos, em locais de ampla circulação de pessoas, como praças públicas, visando reduzir drasticamente o número de fumantes nas cidades do país. Desse modo, tal problemática será paulatinamente suplantada no panorama nacional.