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Enviada em: 26/08/2018

Pandemia é um termo geográfico usado para se referir à doenças que excedem uma determinada área geográfica. Estudos da OMS enquadram o tabagismo nesse conceito, ao analisar que o cigarro contém mais de 4000 substâncias consideradas tóxicas, além de estar associado a distúrbios graves, principalmente no trato respiratório. Nesse âmbito, constata-se que as raízes históricas e a falta de uma base educacional sólida impulsionam a problemática.        É indubitável que a hegemonia capitalista intensificou os seus efeitos ao passar dos anos. De acordo com Thomas Hobbes, o ser humano é um lobo egoísta e interesseiro, que sempre quer saciar seu apetite. Nesse viés, o tabagismo se tornou um setor lucrativo às custas da visão hollywoodiana, que a partir dos anos 60 relacionou o fumo à uma necessidade de auto afirmação pela maioria dos jovens. Como se não bastasse, houve a época em que fumar foi tido como um conceito médico pelos psiquiatras, sendo muitas vezes receitado para combater a ansiedade. Contudo, os danos à longo prazo não foram considerados, e em decorrência disso, ataques cardíacos e câncer de pulmão passaram a ser doenças comuns.       Outrossim, destaca-se a educação como origem do problema. De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de generalidade, coercitividade e exterioridade. Seguindo essa linha de raciocínio, nota-se que a falta de palestras em escolas à respeito de assuntos referentes ao tabagismo rompe essa harmonia. Consequentemente, a lei que obriga as embalagens de cigarro a conterem os seus efeitos na parte de trás acaba não sendo suficiente, de forma a colaborar para que a indústria não perca seu mercado.        Torna-se evidente, portanto, que o cigarro apresenta malefícios que podem ser irreparáveis para saúde. Dessarte, o poder legislativo deve promulgar uma emenda constitucional que estabeleça uma multa aos programas televisivos que promoverem a romantização do cigarro, com o intuito de enfraquecer o desejo da experimentação, principalmente pelos jovens. Segundo o pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas e essas mudam o mundo. Portanto, o MEC deve instituir uma disciplina que colabore com a informação de assuntos mundanos e relevantes, como o ato de fumar e suas consequências, a fim de que a sociedade se desprenda dos estigmas do passado.