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Enviada em: 16/10/2018

Durante os anos 80, o tabagismo estava relacionado com o glamour e a aceitação social, figurando como tema central de músicas, anúncios publicitários e filmes, correlacionado o cigarro como sucesso pessoal e profissional, assim implantando o hábito de fumar no âmbito social sem levar em consideração os malefícios de tal atividade. Embora a sociedade tenha passado por diversas transformações, como a implementação de leis que proíbem propagandas que estimulem esse hábito, mecanismos mais sutis continuam a vigorar, como a pressão de determinados grupos sociais e a necessidade de autoafirmação, além da influência de determinados setores da mídia, configurando o tabagismo como uma construção social.    A priori, o sociólogo Durkheim define fato social como um conjunto de instrumentos sociais e culturais que determinam as maneiras de agir, pensar e sentir na vida de um indivíduo. Assim, é possível uma análise dos fatores sociais que estão relacionados com essa ação, no qual o tabagismo comporta-se como ferramenta de inclusão social, chegando a ser uma marca característica de alguns grupos, possibilitando uma maior aceitação, e por consequência evitando uma série de emoções negativas, advindas da rejeição social.     Ademais, o sociólogo francês Pierre Bourdieu, abordava em sua obra “O poder simbólico”, a força de persuasão e convencimento que as mídias exercem sobre a população. Nesse sentindo, os meios de comunicação agem como modeladoras dos padrões de consumo, determinado as mercadorias que devem ser consumidas, e assim comportando-se como agente determinante no hábito de fumar, não levando em consideração os danos à saúde do indivíduo e os problemas ambientais decorrentes dessa rotina.    Mediante tal situação, se faz necessária uma ação conjunta entre Estado e o setor midiático, para minimizar o consumo do tabaco. Portanto, o CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) deve desenvolver uma série de propagandas que visem desconstruir o ideal imaginário elaborado em torno do cigarro, assim desvinculando seu consumo com o status social. Outrossim, também cabe ao CONAR desenvolver um regulamento mais específico que proíba companhas publicitária em que exista a vinculação do consumo do tabaco a afirmação social, impondo multas as empresas que descumprirem esse regulamento, com isso corroborando para a redução do hábito de fumar. Além disso, o Ministério da Fazenda deve criar um imposto específico sobre o tabaco e seus derivados, assim elevando o seu preço e reduzindo a compra do mesmo.