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Enviada em: 04/10/2018

Desde o período das Grandes Navegações, no século XV, o tabaco é deslumbrado por parte da sociedade. Com o intuito de adquirir as chamadas "especiarias", os europeus se aventuravam nas perigosas viagens em alto mar almejando o "Novo Mundo". Embora date de séculos atrás, o tabagismo, em pleno século XXI, sugere as mesmas conotações daquela época: um consumo irresponsável e insustentável. No entanto, a influência midiática e a omissão governamental dificultam a resolução da problemática, tornando-se necessário analisar as consequências nocivas para a sociedade.      À priori, o apelo midiático exerce influência histórica na construção de um modo de vida pouco saudável. A esse respeito, os sociólogos Hadorno e Horkheimer propuseram, no século XVII, o conceito de Industria Cultural, segundo o qual há a tentativa midiática de padronizar os comportamentos da população e facilitar o consumo. Nesse contexto, embora haja, atualmente, restrições acerca das publicidades nas mídias televisivas, nota-se que, no âmbito digital, há um grande apelo publicitário pelo incentivo ao consumo de algumas drogas lícitas, estando, entre elas, o cigarro. Consequentemente, em virtude da alta demanda de jovens nesses meios eletrônicos, há um aumento do consumo de nicotina por essa parcela da sociedade, o que tem gerado diversos problemas para a saúde dos usuários.       Outrossim, destaca-se a questão governamental e a sua administração pública como impulsionador do impasse. De acordo com o filósofo Aristóteles, a política deve ser usada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que a falta de apoio aos dependentes químicos por parte do Estado rompe essa harmonia, haja vista que, devido ao baixo investimento público em centros de reabilitação, diversos usuários que gostariam de largar o vício são impedidos, pois a dependência, tal como outras doenças, é um problema de saúde pública. Destarte, enquanto o Poder Público não se manifestar a fim de resolver o problema, os usuários de tabaco continuarão sofrendo com o surgimento de doenças como o câncer, consequência do fumo.       Em suma, fica claro que o tabagismo representa um problema social e precisa ser combatido. É fundamental, portanto, que o Poder Legislativo discuta, durante sessões no Congresso, a criação de uma lei que proíba qualquer tipo de publicidade no âmbito digital que incite o consumo de nicotina. Para isso, deve-se estabelecer multas e penas para as empresas e sites que não cumprirem as determinações legais, com o intuito de impedir que mais pessoas se deixem levar pelo vício. Ademais, o Governo Federal deve destinar o dinheiro dessas multas - além de parte do PIB - para projetos de suporte aos dependentes químicos, por meio de construções de centros de apoio que atendam em todo território nacional. Dessa forma, haverá uma ampla melhoria na qualidade de vida nacional.