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Enviada em: 09/10/2018

O criador da psicanálise Sigmund Freud debate a ideia sobre pulsão, conceituando-a como o instinto que direciona o comportamento do sujeito. Entretanto, o processo civilizatório baseia-se na condição de castração das pulsões individuais, o que gera um mal-estar. Ante tal mal, uma forma de escapismo encontrada pela sociedade foi o consumo de drogas, como o ta-baco. Nesse âmbito, faz-se necessário questionar como a conjuntura social corrobora a persistência do ato de fumar e ponderar seus efeitos na saúde.       Em primeira análise, de acordo com Émile Durkheim, o homem é um produto do meio. De modo a ratificar a tese do sociólogo, vê-se, no Brasil, desde o início do período republicano, com a "Belle Époque Tropical", uma idealização perante o cigarro, como um artigo de uso da classe dominante. Ou seja, a percepção de status social, atrelada ao poder viciante, criou um mecanismo de perpetuação da droga. Assim, nota-se que o fumo, além de ser uma solução para a angústia existencial do ser, pela visão de Freud, se mantém no organismo social como um legado habitual secular.       Outro ponto relevante, nessa discussão, é o pensamento de Thomas Hobbes. Segundo o filósofo, o homem é o lobo do próprio homem. Isto é, o ser humano pode adotar comportamentos autodestrutivos e prejudiciais pa-ra seus semelhantes, como é o caso dos tabagistas. Visto que, pela Orga-nização Mundial da Saúde, o cigarro é a principal causa de morte evitável, com potencial de impacto em doenças e neoplasias pulmonares entre os fumantes ativos e passivos.       Urge, portanto, que a problemática seja combatida para a criação de um país que rompa a visão hobbesiana. Logo, cabe ao Ministério da Edu-cação viabilizar o debate, nas escolas, sobre o cigarro, por meio de proje-tos pedagógicos, como teatros, a fim de impedir a disseminação da droga entre as novas gerações. Outrossim, compete ao Ministério da Saúde divul-gar o tratamento para o vício, mediante campanhas televisionadas, com in-tuito de assistir os dependentes do tabaco. Com essas iniciativas, espera-se amenizar a herança comportamental brasileira e conscientizar a nação.