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Enviada em: 13/10/2018

O uso indiscriminado do cigarro traz consequências aos usuários e,apesar disso, é muito estimulado no cotidiano. Assim, a título de ilustração, a campanha “Tochas da Liberdade”, de Edward Bernays, foi responsável por associar o tabaco à busca pela independência feminina, fomentando o uso desse produto pelas mulheres dos anos 30, o que era um tabu. Não obstante, esse tipo de estratégia ainda se faz presente no século XXI e é responsável por estimular o uso cada vez mais precoce da nicotina, notadamente entre a população mais jovem. Destarte, isso explicita uma carência educacional acerca dos malefícios do tabagismo, bem como a ineficiência do Estado em intervir nessa questão.         Em primeira análise, embora a Lei Antifumo vigente proíba a divulgação de comerciais que façam apologia ao uso do cigarro, nota-se ainda a persistência no número de pessoas com adicção à nicotina no País. Isso deve-se ao fato de que o consumo em público, quando aliado à desinformação acerca dos malefícios do tabaco, como o câncer de pulmão, é responsável por fazer com que esse tipo de produto torne-se atraente, o que estimula o consumo e cria novos dependentes. Outrossim, essa omissão estatal é danosa à Saúde Pública, visto que ocorre uma sobrecarga com gastos destinados ao tratamento de cânceres que poderiam ter sido evitados com campanhas de conscientização.        Ressalte-se,também a contribuição da família para o aumento do tabagismo, bem como o papel ineficiente da escola no combate à iniciação precoce ao cigarro. Assim, de acordo com o pensador Talcott Parsons, um dos papéis da família é a socialização primária – processo no qual a criança apreende valores socioculturais. Nesse viés, o uso do cigarro no ambiente familiar demonstra uma falha nesse papel de socialização e essa,por sua vez, estimula o interesse por esse tipo de produto danoso. Além disso, quando esses hábitos são levados para o ambiente escolar e não há repreensão por parte da instituição nem medidas cabíveis são tomadas, os adolescentes passam a fazer uso do cigarro para se imporem socialmente, fomentando futuros dependentes do tabaco.        Desse modo, urge que a desinformação seja combatida para que as tendências tabagistas sejam amenizadas no século XXI. Destarte, cabe ao Ministério da Saúde, juntamente com o Instituto Nacional de Câncer (INCRA), divulgar campanhas midiáticas que alertem sobre o uso da nicotina, bem como oferecer alternativas para quem precisa de ajuda no combate à drogadição. Assim, o número de pessoas que fazem uso do cigarro será reduzido, amenizando os gastos públicos com tratamentos de alto custo. Outrossim, por meio de aulas pautadas no combate ao uso do cigarro e de reuniões com os pais, a escola pode atuar no combate ao tabagismo, desestimulando a iniciação precoce por parte dos adolescentes e orientando pais narcóticos a procurar ajuda, o que atenuará a problemática no País.