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Enviada em: 22/10/2018

Na série "The Leftovers", há o retrato do vicio em cigarros, no qual um grupo, chamado de "Os Remanescentes", fuma para lidar com os problemas psicológicos e traumas emocionais decorrentes da perda de entes queridos. Dessa forma, a série relaciona-se hodiernamente com a questão do tabagismo no século XXI, mostrando que essa problemática persiste intrinsecamente ligada aos imbróglios do pretérito, em conjunto à falta de políticas públicas eficazes para resolvê-los.    Em primeiro plano, ao analisar por um prisma histórico, verifica-se que o ato de fumar era culturalmente aceito, sendo incentivado, inclusive, pelas propagandas que passavam nas mídias de comunicação, como a dos cigarros Camel, de 1944, em que havia um estimulo às pessoas usarem a marca, por causa da suposta preferência dos médicos por ela e da alegação de que os cigarros Camel faziam "bem" para a garganta. Sendo assim, esse acontecimento conecta-se à atualidade por meio das estimativas divulgadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2018, na qual revela que há em todo mundo cerca de 1,1 bilhão de fumantes adultos, em virtude, principalmente, de uma divulgação exacerbada das marcas de cigarros durante o século XX,  o que é extremamente preocupante, pois o tabagismo acarreta riscos a homeostase corpórea, podendo também levar a morte.     Por conseguinte, é indubitável que as chagas contemporâneas são a falta de políticas públicas eficazes para atenuar o tabagismo, visto que, consoante dados da OMS, o Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking de fumantes no mundo, o que, aliado ao fato de 12,6% de todas as mortes registradas no país serem atribuídas ao tabaco, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), alerta sobre a necessidade de um combate mais efetivo contra essa droga. Ademais, os efeitos do tabagismo, como o risco de desenvolver câncer de pulmão e bronquite crônica, não recaem apenas sobre os fumantes, já que, os fumantes passivos, ou seja, aqueles que inalam o cigarro proveniente de um fumante, têm 30% a mais de chances de desenvolver câncer no pulmão, conforme noticia da revista Galileu. Logo, é vital que se siga o ideal de Kant, que acreditava no poder educacional, para sanar esse imbróglio.      Portanto, para resolver os problemas apresentados na série "The Leftovers" e seguir o ideal kantiano, o Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Educação, devem fomentar ações em combate ao tabagismo, com a realização de palestras nas instituições de ensino sobre as suas consequências,  para que, dessa forma, haja a diminuição no número de fumantes, especialmente entre os jovens, o que acarretaria em uma futura geração com hábitos mais saudáveis. Outrossim, é importante que o Governo, em conjunto com as mídias de comunicação, divulguem, por meio de propagandas, os riscos associados ao cigarro, desconstruindo, assim, as ideais propagadas por marcas como a Camel.