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Enviada em: 26/10/2018

No final do século XX, o movimento Diretas Já reuniu diversos setores civis para reivindicar a participação direta na escolha do presidente. Desde então, o cenário político passou por transformações até ser implantado o Estado de Direito Democrático que representa a importância da democracia para o desenvolvimento da nação. Nessa conjectura, a eficácia dessa estrutura é comprometida devido à falta de interesse da população em participar de assuntos políticos e pela hegemonia das classes sociais mais favorecidas.     Em primeira análise, destaca-se que uma grande parcela dos brasileiros demonstram desinteresse no contexto político do país. Nesse viés, quando um cidadão nega o direito de escolher seus representantes — assegurado pela Carta Magna — está contribuindo para a manter no poder pessoas que não representam os interesses populares, uma vez que esses eleitores poderiam eleger governantes com preocupações de interesse nacional, como educação. Logo, de acordo com a ideia aristotélica de que o Estado deve responder aos anseios da população, a abstenção da participação política gera a ideia de conformismo e possibilita que os indivíduos eleitos defendam interesses próprios, o que contribui para a ineficácia da democracia e o progresso da nação.     Ademais, ressalta-se que a condição financeira é um fator determinante para que uma pessoa ou instituição seja beneficiada constitucionalmente. Nesse sentido, quando uma mineradora consegue judicialmente autorização para explorar terras indígenas, que deveriam ser resguardadas pela Constituição de 1988, fica evidente que o democratismo é desigual e favorece determinados grupos. Dessa forma, de acordo com a afirmação do antigo ministro da cultura Gilberto Gil de que a integridade do patrimônio cultural está relacionado ao avanço econômico do Brasil, a exploração de solo aborígine compromete o desenvolvimento do país e demonstra a condição de democracia falha do país.       Urge, portanto, que ações sejam realizadas com o fito de mitigar a problemática. Mormente, cabe as instituições de ensino, responsáveis por ensinar os conceitos de cidadania, instigar maior interesse político nos seus meios de influência, por meio da abordagem do tema nas reuniões de pais e professores, com participação dos alunos, em que os participantes exponham suas opiniões para serem tratadas com criticidade. Desse modo, o objetivo é impedir que o desinteresse populacional prejudique o sistema democrático e o progresso nacional. Paralelamente, o Poder Executivo deve garantir igualdade jurídica para todos, por intermédio da criação de uma comissão para acompanhar os processos que envolvam partes com alto índice de desigualdade financeira. Assim, será possível evitar o favorecimento de classes hegemônicas, preservar a democracia e garantir o desenvolvimento.