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Enviada em: 30/10/2018

Democracia em jogo       O famoso ex-primeiro ministro britânico Churchill afirmou que a democracia é o pior sistema de todos, exceto todos os outros, uma alusão ao desastre de regimes sem participação popular. A Constituição Cidadã, manual supremo que rege o Brasil, completou 30 anos em 2018, focada nos direitos ao cidadão e afirmação da democracia, após um longo período de desmandos na ditadura militar.        Primeiramente, há de fato conquistas positivas nela como o voto universal e secreto, o sistema único de saúde, promoção dos direitos humanos, em especial da criança e adolescente, além da educação obrigatória, onde 97% das crianças estão matriculadas em alguma escola. Entretanto, uma série de defeitos e problemas ocorrem mesmo com as garantias na constituição.        Para cumprir-se as leis, é necessário cidadãos engajados com conhecimento de seus direitos, embora a maioria da população não os conheça e vê com apatia a participação na vida política. Trata-se de um longo processo de alienação, promovida desde os senhores de engenho do século XVI até a elite econômica e política atual, interessadas em manter seus privilégios e esta falta de participação política vira um círculo vicioso no qual a gestão pública é marcada pela falta de transparência, eficiência e uma corrupção endêmica.        A melhora dos problemas só pode ser alcançada pelo gozo completo da democracia, terreno fértil para a luta de melhores condições de vida. A constituição deve ser matéria obrigatória nas escolas, para promoção do conceito de cidadania. Além disso, a adoção do voto distrital, onde se elege representantes de pequenas áreas, poderia aproximar o cidadão dos políticos locais, com possibilidade de aplicativos de celular como comunicação com o poder público, considerando o crescente uso de smartphones. A democracia tem trinta anos, rostinho de cinco, mas o ideal é que ela pareça tão idosa que seja plena e o único sistema possível.