Enviada em: 01/06/2019

A preocupação com a segurança nacional é uma questão a ser ressaltada na História mundial. O contrato social do liberalista John Locke, por exemplo, propunha abdicar do "estado natural" do ser humano em troca da garantia de direitos, como a segurança, pelo Estado. Três séculos depois, com o desenvolvimento científico, é possível adequar a aplicação da tecnologia a essa demanda civil e tê-la como uma arma inteligente no combate à criminalidade.   Em primeiro lugar, com o avanço tecnológico, está sendo possível expandir o limite do uso das tecnologias e usá-las como aliadas em diversas áreas, como a segurança. A série televisiva "Black Mirror" retrata constantemente o uso do mundo virtual no cotidiano das personagens e, dentre outros temas, o combate à criminalidade foi abordado desde filmagens por câmeras até chips captadores de movimento instalados na orelha. De maneira similar à realidade, as tecnologias vêm se tornando cada vez mais presentes no campo da segurança pública e privada e, apesar de não serem as protagonistas na luta contra o crime, são importantes instrumentos para o desenvolvimento policial.   Em segundo lugar, o crescente uso das tecnologias no embate contra a criminalidade causa conforto na população e, consequentemente, um provável desleixo nos cuidados a serem tomados por ela. Com a insegurança presente no cenário brasileiro -- cerca de 50% dos cidadãos não se sentem seguros em suas cidades, de acordo com o IBGE --, técnicas preventivas provocam uma falsa segurança, o que enfraquece o sistema de defesa. Assim, os instrumentos de monitoramento devem ser aplicados para complementar a atuação da polícia e utilizados como recurso para melhorar a qualidade de vida da população, sem que ela perca a cautela, a fim de alcançar o máximo potencial dessas tecnologias.   Portanto, é dever do Estado investir em instrumentos de monitoramento, como câmeras, drones e radares, e em capacitação dos profissionais da segurança, por meio de cursos preparatórios para as áreas específicas que envolvem a garantia desse direito social, além da contratação de peritos em tecnologia voltada à segurança. Com isso, será possível aperfeiçoar o combate à criminalidade fazendo uso das tecnologias como aliadas.