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Enviada em: 26/03/2019

Em 2010, foi incorporado à Constituição Federal uma emenda constitucional, a qual adiciona o direito à alimentação a todos os brasileiros. Logo, desde o nascimento até ao fim da vida a população está sob tutela da constituição. Contudo, na prática, é evidente que há uma dificuldade por parte do poder público em realizar a cobertura integral quando o assunto é nutrição. Além disso, uma subnutrição na infância acarreta em consequências pelo resto da vida.        Em primeiro lugar, vale ressaltar a importância de uma refeição diária e completa para o ser humano. No livro "A vantagem humana", da neurocientista Suzana Herculano-Houzel, há a demonstração da relevância em como o ato de cozinhar alterou os rumos da humanidade. Nesse sentido, é fato que a sociedade se desenvolveu por meio do simples ato da cocção. Logo, é incontestável que, o sustento do corpo e da mente venha por intermédio da comida. E que, de acordo com a revista Nature, a desnutrição desde a gestação gera efeitos negativos duradouros e até irreversíveis. Assim, é evidente que a alimentação nas escolas é fundamental para contornar as sequelas provenientes de uma má nutrição.          De forma à corroborar, no Brasil, há uma dicotomia entre crianças obesas e desnutridas, as quais, as primeiras são privilegiadas, enquanto as outras dependem de uma rede pública que nem sempre faz seu papel institucional. De acordo com a Polícia Federal, no estado de São Paulo, há um esquema de corrupção que envolve a merenda de instituições de ensino, a qual veio à tona nos últimos anos, mediante a operação conhecida como "Prato Feito". Além disso, o descaso pelo poder público terá como efeito duradouro um aumento dos gastos públicos para reabilitar os jovens prejudicados pelo governo.           Entende-se, portanto, que medidas são necessárias para melhorar a distribuição de alimentos e combater a corrupção nesse meio. Logo, é necessária a ampliação da operação da Polícia Federal e do "Prato Feito". Dessa forma, em conjunto com as Secretarias da Educação de cada município, deve-se intensificar as medidas para combater o desvio de verbas, as quais são destinadas exclusivamente à alimentação de escolas da rede pública. Outrossim, nutricionistas devem ser contratados para trabalhar na rede pública de ensino. Esses profissionais, por sua vez, devem orientar, planejar e organizar a alimentação de todos os alunos. Isto posto, os alimentos devem chegar aos destinos corretos e os criminosos que desviaram a verba do ensino sejam punidos. Consequentemente, como aponta Suzana, o cérebro pode se desenvolver de forma plena, e alcançar sua maior capacidade cognitiva.