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Enviada em: 02/08/2019

Foi no século XX, no governo de Café Filho, que a merenda escolar passou a ser parte da rotina dos brasileiros. No entanto, o que parecia ser uma melhoria socio-educacional, era também cenário de sérios casos de corrupção envolvendo os então órgãos responsáveis. De maneira análoga, estendem-se nos dias atuais desvios de verba no setor de merendas escolares. Essas, afetadas por um reduzido orçamento, corroboram uma refeição quantitativamente insuficiente e escassa de nutrientes necessários para o desenvolvimento de crianças e adolescentes.    Convém ressaltar, em primeiro plano, que a alimentação oferecida nas rede pública de ensino não supre a necessidade dos alunos em questão. A exemplo disso, pode-se verificar as unidades periféricas, que recebem um alto contingente de alunos financeiramente desestruturados, cuja única refeição, em alguns casos, é no colégio. Dessa maneira, além de possuir um papel educacional, as escolas passam também a ser fonte de desenvolvimento nutricional para os alunos. Contudo, a demanda é, muitas vezes, descontrolada, e os pratos oferecidos pela cantina é reduzido, de modo a não saciar a fome dos estudantes. Assim, antônimo ao comensalismo, a escola e o indivíduo constituem uma relação desarmônica entre si, e estorva a interação da comunidade em questão.   Vale analisar, ainda, que a dieta escolar é deficiente em nutrientes necessários para um saudável desenvolvimento. Nesse viés, o filme de animação "Ratatouille" expressa a ideia de que o indivíduo é aquilo que come. Diante dessa perspectiva, cabe analisar que o papel das escolas, enquanto estimuladoras de uma formação consciente de seus alunos, é também promover uma alimentação saudável, rica em proteínas. Contudo, com um menu repleto de produtos industrializados, enlatados e artificialmente aromatizados, os maus hábitos alimentares arraigam-se nos costumes desses jovens e acarretam, a longo prazo, críticos danos à saúde.   Fica claro, portanto, que medidas são necessárias a fim de atenuar o déficit na alimentação da rede pública de ensino. Para tanto, é dever do Estado, por meio de filiações como o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e MEC, proporcionar aos estudantes um adequado cardápio nutricional, de maneira a inserir nas redes municipais, estaduais e federais, nutricionistas que acompanhem o cotidiano do ambiente escolar e intermedeiem a dieta desses. Outrossim, é papel do Ministério Público fiscalizar o repasse de verba, como garantia de que as instituições possam atender a demanda de alunos e oferecer a quantidade necessária de alimento, a fim de estabelecer um consistente desenvolvimento não apenas intelectual, mas também físico dos indivíduos.