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Enviada em: 30/07/2018

A obra intitulada "1984", de George Orwell, discorre a respeito da democratização dos meios tecnológicos. Apesar de toda a subjetividade, a trama serve como um gancho para abordar sobre o uso da internet como terreno fértil para ampliar os direitos individuais e coletivos a partir do momento que é corroborada a convergência existente entre liberdade de expressão e cidadania. Dessa forma, realidade e ficção permanecem unidas em prol de analisar os impactos acerca da temática.     É necessário considerar, antes de tudo, que essa conquista constitui um legado histórico e social. A "Primavera Árabe" ocorrida em 2011, caracteriza-se por uma onda de manifestos políticos - que reivindicavam a democracia - organizados por jovens que utilizaram redes sociais para disseminar a ideologia do movimento. Nesse contexto, é notório que a fusão do mundo físico com o virtual auxilia no engajamento político dos indivíduos e na construção de uma postura identitária e inclusiva. Afinal, a constituição de um meio em que a interação "sem um rosto" é nítida coaduna com a perspectiva de um espaço de debate social em que a vazão do sentimento de pertencimento é reforçada.   Convém analisar, também, que a capacidade dos núcleos tecnológicos de compatibilizar com o progresso dos direitos humanos não se restringem ao campo político, uma vez que a educação se torna beneficiada. Com o advento da internet foi em meados da década de 90 que o EAD (Ensino à distância) alavancou. Assim, é notório que com o surgimento do EAD a facilidade de se garantir diplomas em cursos de nível superior e, consequentemente, engajamento no mercado trabalhista incorpora a cooperação do mundo virtual para a independência do indivíduo e conquistas no âmbito educacional e econômico. Tal fato é corroborado ao citar a notícia do Ministério Público que disserta sobre como a educação à distância cresce no país e favorece processos de inclusão social em mais de 30%.   Fica claro, portanto, que fazem-se necessárias medidas para tornar amplo o acesso aos meios tecnológicos e garantir o cumprimento a sua função social. O Ministério da Educação, junto as ONGs, deve investir na implementação de computadores com acesso à internet nas escolas, universidades, e centros comunitários, na tentativa de assegurar direitos básicos para a construção da cidadania e empoderamento individual perante o uso da web, utilizando da cobrança dos impostos para que haja o cumprimento de tais políticas públicas. Também, é de suma importância que a mídia, como formadora de opiniões, utilize a ficção engajada para disseminar a importância de uma cultura igualitária de acesso aos bens tecnológicos, seja por meio do uso de dados, matérias jornalísticas e documentários acerca de como a temática revolucionou o âmbito social. Só assim, com a mobilização de um todo, haverá mudanças.