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Enviada em: 09/08/2018

Desde o Iluminismo e, posteriormente, a Revolução Francesa, o caráter participativo dos indivíduos acentuou-se expressivamente nas sociedades mundiais. Hodiernamente, a capacidade da internet de empoderar os cidadãos tem um ultrapassado as telas que delimitam o mundo virtual, contribuindo positivamente para mudanças sociais ao redor do globo e ampliando as possíveis formas de exercício da cidadania.      De início, é importante salientar que a internet tem facilitado a livre exposição de ideias. O princípio da isegoria, conceito oriundo da democracia grega e uma das bases de nosso sistema político atual, consiste na igualdade de direito de manifestação. Sob essa ótica, no contexto atual, as redes sociais, os chats, blogs e fóruns atuam na função da então Eclésia antiga. Nesses espaços, os cidadãos expressam livremente suas ideias acerca de política, economia, e outros assuntos, sendo possível a troca de conhecimentos e ideias em função do bem comum. Nesse sentido, seja por meio de vídeos, fotos ou textos, os indivíduos têm a possibilidade de estreitar laços com pessoas distantes, mobilizar grupos de pessoas por uma causa, e até mesmo estimular seu pensamento crítico ao estar em contato com diferentes realidades, mesmo que virtuais.      Além disso, é inegável a colaboração da internet para com os atuais movimentos ativistas em defesa da democracia. Se o romance 1984 - crítica aos Estados tiranos -, de George Orwell, tivesse sido escrito nos dias atuais, certamente seu final não seria o mesmo. Fora da ficção, a chamada Primavera Árabe mostrou como governos autoritários podem sucumbir diante da mobilização e da união de um povo contra toda forma de poder incontestado. Durante os protestos, passeatas, comícios, greves e manifestações foram organizados através de redes sociais como Facebook e Twitter, utilizados principalmente para que a mídia internacional tomasse conhecimento dos fatos ocorridos nos países envolvidos. Desse modo, para além do entretenimento, a internet foi consagrada como instrumento capaz de transformar realidades, tornando audível a voz de muitos oprimidos.      Infere-se, portanto, o caráter positivo da internet como meio empoderador do indivíduo. Assim, cabe ao Estado, por meio de investimentos em aparelhos digitais e profissionais capacitados, fornecer às escolas o necessário para que as crianças tenham incluso em sua formação a educação informática, ensinando-os acerca dos benefícios da internet. Ademais, a mídia deve dar suporte aos grupos e movimentos sociais, principalmente em favor das minorias, ao promover campanhas de conscientização para o restante da sociedade e também funcionando como agente de cobrança das autoridades.