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Enviada em: 12/08/2018

O empoderamento das minorias e o acesso à internet       Alexandra Gurgel representa, atualmente, a liderança de um movimento de aceitação do corpo e combate à gordofobia, utilizando as redes sociais para disseminar suas ideias. A militante é um exemplo de como a internet se tornou importante ferramenta de empoderamento do indivíduo. Todavia, embora esse recurso seja uma oposição à padronização da estética e dos pensamentos presente nos meios de comunicação tradicionais, existem ainda restrições de acesso a ele.       Indubitavelmente, há seletividade e manutenção de padrões sociais na grande mídia, afinal, nos programas televisivos, nas revistas e nos jornais há um protagonismo branco, magro e heterossexual. Além disso, não há liberdade de expressão, pois seu conteúdo é selecionado e editado conforme as correntes de pensamento das editoras e das emissoras, que geralmente refletem o conservadorismo da elite brasileira.        Nesse contexto, a internet surge como uma força contrária, uma vez que, por não haver grandes restrições de acesso como nas mídias tradicionais, qualquer pessoa pode gravar um vídeo divulgando suas ideias e postar no YouTube, pode abrir um financiamento online para um projeto social e, também, ter a chance de milhões de pessoas ouvirem a sua voz, mesmo estando fora de todos os padrões impostos. Isso abre espaço para movimentos como o feminista negro, o pró-LGBT e o "body positive" de Alexandra Gurgel atuarem.       No entanto, apesar das maiores possibilidades de empoderamento do indivíduo que a internet proporciona, há ainda o empecilho do acesso a ela. Segundo o IBGE, apenas 57% dos brasileiros possuem esse recurso em suas residências e aparelhos móveis, estando concentrado principalmente nas classes médias e altas. Assim, embora o conhecimento que favorece as minorias esteja em expansão, ele ainda está concentrado nas mãos de poucas pessoas.       Dessa maneira, deve haver uma democratização do uso da rede. É preciso, então, que o governo federal em conjunto com as operadoras de internet promova uma ação de expansão ao acesso da internet, por meio da instalação de wi-fis em praças e construção de lan houses públicas, para que pessoas de baixa renda também possam usufruir desse movimento de empoderamento global.