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Enviada em: 16/06/2019

O Brasil vivenciou por cerca de duas décadas um regime militar. Durante o período ditatorial, a liberdade de expressão manteve-se restrita, tendo em vista o poder de controlar de informações do Governo. No entanto, no século XXI, com o advento e a popularização da internet, tornou-se impossível restringir um indivíduo de opinar sobre algo. Nesse contexto, é notório o papel do meio virtual no empoderamento da sociedade, sendo imperativo debater acerca de seus benefícios.       A princípio, convém ressaltar que a internet tem elevado potencial democrático que corrobora para a afirmação de minorias políticas. Uma prova de que as novas tecnologias podem atuar como ferramenta de isonomia é a página “Feminismo sem demagogia”, a qual, por meio da rede social Facebook, discute e convida mulheres a entenderem mais sobre o tema, motivando-as a se juntarem à luta por igualdade de gênero, promovendo o empoderamento feminino. Para Pierre Bordieu, sociólogo contemporâneo, a internet age como ferramenta de democracia direta. Sob esse viés, percebe-se que essa tecnologia pode auxiliar e estimular a luta por uma sociedade mais justa, igualitária e democrática, fundamental para construir um país com ampla participação popular em temas variados.       Ademais, convém ressaltar que as ferramentas virtuais também contribuem para desconstruir o cenário de disparidades políticas enraizadas à cultura do país. Desde a Proclamação da Independência, em 1822, a ausência de participação popular fez-se presente, já que a elite burguesa, em conjunto com o Imperador, detinha toda a força administrativa, submetendo os interesses das classes mais baixas aos mais abastados. Entretanto, essa perspectiva tem se alterado com o uso da internet, tendo em vista, segundo dados do IBGE, cerca de 70% da população tem acesso à rede, possibilitando a luta por maiores direitos e voz política. Exemplifica a força da internet no combate as desigualdades sociais por meio dos protestos ocorridos em 2013, nos quais a sociedade promoveu uma mobilização contra o aumento nas passagens de ônibus e corrupção com uso de uma rede social.       Logo, é incontrovertível que a internet seja benéfica para a nação brasileira e que seu uso deve ser ampliado, visando a promoção de democracia e empoderamento. Para isso, o Estado, por meio de Executivo, deve destinar maior verba arrecadada pelos impostos da Receita Federal para políticas assistencialistas, proporcionando, por meio de parcerias com lojas tecnológicas, a compra de computadores a baixo custo, expandindo o acesso à rede em escala nacional. Além disso, os municípios, em conjunto com empresas privadas de internet, devem disponibilizar, em pontos estratégicos das cidades, locais com Wi-Fi gratuito, promovendo a oportunidade de uso para todos os cidadãos. Por conseguinte, o país estará mais próximo de ser uma democracia ideal.