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Enviada em: 26/05/2017

Desde o Iluminismo e, posteriormente, a Revolução Francesa o caráter participativo acentuou-se expressivamente nas sociedades mundiais. De forma análoga, a ascensão da internet possibilitou que as vozes individuais ganhassem alcance global e, por conseguinte, intensificou o engajamento social e o exercício da cidadania. Destarte, é válido discutir os benefícios de tal ferramenta para as ações coletivas e o posicionamento do indivíduo frente a tais inovações.      Segundo o filósofo Sócrates, para agir bem é primordial conhecer bem. Sob esse aspecto, os meios de comunicação e interação online contribuíram para a mobilização social, haja vista a democratização das informações de maneira gratuita e de fácil disseminação. Isso se exemplifica, não só pela disponibilidade de uma grande variedade de livros digitais, mas também por ONG's como a Transparência Brasil, a qual monitora e divulga dados ligados a órgãos públicos, como o Congresso. Com isso, há caminhos para a construção da erudição e do senso crítico.      Outrossim, as redes sociais são um valioso instrumento para organizar e divulgar projetos populares, como os protestos ocorridos em 2013 contra o governo de Dilma Rousseff. Todavia, é imprescindível a consciência do cidadão quanto aos seus direitos e deveres, além do compromisso com a causa. Caso contrário, os debates e a demanda por mudanças tendem a permanecer apenas na rede e não alterar a realidade, visto que os discursos dão ao usuário a ilusão de participação.      Torna-se evidente, portanto, a necessidade de medidas para resolver o impasse. Logo, bom seria se as escolas incluíssem as tecnologias nas atividades propostas, utilizando-as diariamente e debatendo sobre a sua relevância nas aulas de sociologia com o fito de auxiliar nas pesquisas e, sobretudo, orientar o jovem quanto a melhor forma de utilizá-la, seja para o estudo ou para o ativismo. Ademais, as ONG's poderiam elaborar campanhas virtuais com cartilhas socioeducativas que levassem o leitor a questionar o seu comportamento político e as suas contribuições em ações humanitárias a fim de alertar e mostrar as maneiras de cooperar, por exemplo, ao aderir a protestos nas ruas e fazer doações. Talvez, assim, perfaça-se o empoderamento pleno da população.