Enviada em: 29/05/2017

O livro "Iracema", como parte do Romance Indianista, buscava construir uma identidade nacional baseada na idealização do indígena. Na contemporaneidade, entretanto, os maiores desafios da literatura e das artes visuais se concentram em promover sua valorização no meio estudantil. Fatores de ordem econômica, bem como educacional, caracterizam o dilema das manifestações artísticas nas salas de aula.    De acordo com Karl Marx, os meios de produção influenciam diretamente na estruturação de uma sociedade. Nesse sentido, a hegemonia norte-americana, simbolizada pelo capitalismo, faz com que a cultura exterior seja mais prestigiada que a nacional. O foco prioritário na música e no teatro estrangeiro, em detrimento das artes brasileiras, fomenta o preconceito e a negação frente ao nacionalismo.    Outrossim, tem-se a negligência acadêmica quanto à importância da temática nas salas de aula. Conforme o pensamento kantiano, o ser humano é aquilo que a educação faz dele, e as escolas brasileiras falham no ensino aplicado. Apesar de ser responsável pela formação cultural dos indivíduos, o meio estudantil ainda é marcado pela omissão em temas como a dança e as artes visuais. Assegurar o conhecimento sobre as práticas da cultura brasileira é essencial para reduzir a intolerância.    É notória, portanto, a influência de fatores econômicos e educacionais na problemática supracitada. Nesse viés, cabe ao Governo, em parceria com a mídia, garantir o acesso à cultura pelos cidadãos. Tal medida pode ser realizada pela elaboração de eventos nacionais que exponham a história da arte brasileira e mediante propagandas educativas sobre as manifestações culturais próprias do país. Paralelamente, as escolas, em consonância com as ONGs da área, devem desenvolver projetos de inclusão da dança, do teatro e da música nas salas de aula. A ideia é, por meio do estudo das diversas formas de arte, construir uma sociedade mais harmônica, minimizando, assim, os casos de preconceito às expressões culturais no Brasil.