Sob a perspectiva histórica, os desenvolvimentos medicinais ocorridos na idade média eram usufruídos apenas pelos componentes da nobreza. Por esse viés, esse contexto medieval segregador reconfigura-se no Brasil ao passo que exclui-se parte do tecido social ante a acessibilidade aos avanços terapêuticos no tratamento de doenças. A vista disso, observa-se que políticas públicas atualizadoras das práticas medicamentais vigentes no país são medidas preteríveis frente à problemática. A priori, o filósofo britânico Karl Popper infere, em sua obra "A Lógica da Pesquisa Científica", que a evolução do conhecimento serve à sociedade integralmente e não a parte dela. Nesse sentido, as progressões tecnológicas deveriam constar no Sistema Único de Saúde(SUS) que é um complexo de atendimento universal a toda malha social brasileira, no entanto essa estrutura não acompanhou o crescimento da ciência. Dessa maneira, cria-se um regime segregacionista o qual uma classe detentora de recursos monetário pagará pelo uso do desenvolvimento das terapias modernas e a outra que não possui esses fundos financiais ficará apartada gozando de práticas médicas arcaicas. Ademais, segundo a uma pesquisa do Departamento de Medicina Comunitária da Universidade de São Paulo, em 2017, o SUS utiliza-se de condutas cirúrgicas obsoletas pelas carências de capacitação de seus profissionais e maquinário atualizado. Por esse ângulo, nota-se um contexto análogo a era medieval em que as melhorias medicamentais não faziam-se disponíveis a toda conjuntura social. Dessa forma, não é razoável que membros do tecido social dependentes do complexo público hospitalar estejam segregados de gozarem as técnicas medicativas modernas. Portanto, diante dos fatos supracitados, é dever do Estado fomentar políticas públicas atenuadoras da desigualdade no acesso aos aperfeiçoamentos tecnocientíficos ambulatoriais. Sendo assim, compete ao Ministério da Saúde a elaboração e execução de um plano nacional para capacitar todos os servidores do Sistema Único de Saúde com cursos de tratamentos medicinais modernos, por meio de investimentos orçamentários. Desse modo, tem-se o intuito de atualizar o conjunto comunitário hospitalar e fazer com que o progresso do conhecimento sirva à sociedade inteiramente.