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Enviada em: 16/07/2018

Na obra ''Vidas Secas", o autor Graciliano Ramos retrata as consequências da seca do sertão nordestino através das dificuldades vividas pela família de Fabiano, retirantes que buscavam sair da marginalidade social em meio a uma sociedade permeada pela arbitrariedade da classe dominante. Dessa forma, o livro mostra que essa problemática está intrinsecamente ligada à falta de políticas públicas eficientes adotadas pelo Governo, em conjunto com os imbróglios notáveis do pretérito.     Ao analisar por um prisma histórico, verifica-se que o Brasil é extremamente dependente da energia hidráulica, presente desde da vinda da família real, quando instalou-se a Usina Hidrelétrica Ribeirão do Inferno, a primeira do país. Todavia, mesmo com o recurso hídrico abundante, é perceptível a falta de cuidado com esse bem, já que segundo dados do jornal O Globo, o país desperdiça anualmente 38% do volume de água tratada, índice extremamente alto se comparado com países como Austrália e Estados Unidos, com cerca de 7% e 13% respectivamente. Sendo assim, esse fato atual se relaciona com os imbróglios causados pela lógica capitalista, predominante desde da Revolução Industrial, que preza o consumo desenfreado em detrimento do meio ambiente.     Por conseguinte, é indubitável que as chagas da atualidade são a falta de consciência em relação ao consumo de água, que, ligada ao seu baixo nível nas Hidrelétricas e a ausência de políticas públicas adequadas por parte do Governo, causou uma grave crise hídrica, inclusive afetando grandes estados do país, como São Paulo e Brasília, nos quais tiveram que realizar políticas de racionamento para conter o problema. Ademais, os graves impactos socioambientais causados pelas construções de Usinas Hidrelétricas, como as de Itaipu e Belo Monte, que inundam grandes áreas, alterando o nicho ecológico e a vida da população local, mostram a necessidade de investimento em outras fontes de energias renováveis que tragam um menor dano ao meio ambiente. Segundo Gandhi, "O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente", logo, deve-se seguir esse ideal para sanar essa questão.     Portanto, para solucionar os problemas retratados no livro "Vidas Secas" e seguir o ideal gandhiano, o Ministério de Minas e Energia, com o apoio governamental, deve investir em outras fontes de energias renováveis de menor impacto ambiental, como a energia eólica e a solar, para dessa forma, diminuir gradualmente a dependência sobre a energia hidráulica. Outrossim, é importante que o Governo se inspire no exemplo da Califórnia, que também sofre com crises hídricas, com a promoção de campanhas, através das mídias de comunicação, visando a economia de água por parte da população, além de multas diárias para quem for flagrado desperdiçando água, para assim, os acontecimentos que afetaram estados como São Paulo e Brasília não voltem a se repetir.