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Enviada em: 15/07/2018

Energia negligenciada                                                                        De acordo com a teoria do sociólogo Durkheim, a sociedade funciona de forma análoga a um “organismo biológico”, sendo necessária a coesão social para o bom funcionamento. Contudo, no Brasil, o fato da falta de planejamento governamental ocasionar casos de racionamento elétrico representa uma patologia que gera malefícios a esse “corpo”. Isso se deve, sobretudo, à falta de diversidade na matriz elétrica brasileira e ao alto consumo de água pela sociedade.                                         Em uma primeira análise, cabe ressaltar que, segundo a Constituição Federal de 1988, o acesso à energia elétrica e à água são direitos fundamentais para a dignidade humana. De fato, o Brasil possui um privilegiado relevo com diversos planaltos e rios para a instalação de usina hidrelétricas. Todavia, em períodos de estiagem esse meio de produção de energia tem queda na capacidade produtiva, o que deixa claro a necessidade de não ser majoritariamente dependente dessa matriz e de realizar investimentos na obtenção de novas fontes energéticas. Dessarte, é pertinente enfatizar que a ocorrência de racionamentos – de água ou de luz – não só prejudica o desenvolvimento nacional, mas também descumpre os direitos dos cidadãos assegurados pela Carta Magna brasileira.                                 Outro aspecto a ser abordado é que em um país de economia emergente, com uma sociedade voltada para o consumismo a demanda e desperdício de água é enorme. Conforme dados da ANA (Agência Nacional de Águas), o setor do agronegócio representa mais de 60% do destino de água no território nacional. Dessa forma, fica evidente que os atuais métodos produtivos de pecuária e agricultura extensiva são insustentáveis e necessitam ser alterados para que diminuam as chances de ocorrer uma nova crise hídrica.                                                                                                                            Fica claro, portanto, que a ineficiência estatal em gerir os recursos energéticos é prejudicial para a economia e para o bem-estar de todos. Assim, primeiramente o Governo Federal deve incentivar a pecuária intensiva e a agricultura sustentável, por meio de subsídio aos produtores rurais e com o intuito de diminuir o consumo de recursos naturais e aumentar a produtividade. Além disso, também compete à Esfera Federal, por meio do Ministério de Minas e Energia, realizar parcerias público-privado com empresas do ramo energético para construção de usinas eólicas e de biomassa. Tais medidas visam amenizar os danos causados pelo alto consumo de água no agronegócio, aproveitar o grande potencial energético das fontes renováveis no Brasil e diminuir os impactos - econômicos e sociais - dos períodos de estiagem.