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Enviada em: 12/07/2018

As águas de março fecham o verão        “É pau, é pedra, é o fim do caminho”. Como canta Tom Jobim, se encontra a geração de energia brasileira em decorrência das sucessíveis crises hídricas. Apesar das previsões de que o setor energético no Brasil necessitaria de outras fontes, os gestores públicos focaram apenas em uma. Diante disso, o Estado procura por opções emergenciais para que o país não tenha outro possível “blackout”, enquanto a sociedade sofre com a carência de projetos em longo prazo.         A priori, a falta de chuvas combinado com o aumento demográfico e a facilidade da aquisição de bens eletroeletrônicos fizeram que a demanda por energia aumentasse mais que a capacidade hídrica já instalada pudesse suprir. Como no caso da bacia do São Francisco e do Rio da Prata, onde já operam no limite da amplitude energética. Não obstante, a falta de diversificação da matriz energética faz com que nos períodos de seca as termoelétricas atuem mais. Por conseguinte, energia mais cara e poluente.         Nesse mesmo viés, embora a resolução da crise hídrica seja vista como um projeto de longo prazo, as emendas orçamentárias emergenciais visam apenas questões imediatistas que não resolvem o cerne do problema. Outrossim, as proposições que podem vir a solucionar o imbróglio, como a transposição de reservatórios aquíferos estão travadas no congresso por falta anuência política. Assim, os estamentos sociais são obrigados a arcar pela ausência de planejamento dos gestores para com a população.      Desse modo, as mídias televisivas, com aporte do erário, podem por meio de documentários elucidarem a população sobre outras matrizes de energia, bem como sobre o consumo responsável da eletricidade, a fim de evitar desperdícios. Dessa forma, o Estado deve investir nas faculdades de engenharia para que sejam pesquisadas novas tecnologias e formas de aproveitar o amplo recurso energético brasileiro, como o marítimo. Ademais, a sociedade precisa cobrar celeridade Estatal para que o desperdício de energia seja combatido, além de exigir por projetos viáveis de longo prazo para o setor energético. Por fim, a gestão brasileira não deve culpabilizar à natureza pela crise hídrica, mas sim a incapacidade de planejamento, visto que é de conhecimento popular e ressaltado na canção de Jobim, as águas de março fecham o verão.