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Enviada em: 16/07/2018

Como bem levantado pela ministra do Meio Ambiente, Isabella Teixeira, mesmo assolando o Nordeste, a questão da seca e seus impactos só vieram a ser pauta nacional pela mídia quando esses também atingiram o Sudeste. Nesse contexto, as constantes estiagens e o balanço hídrico desfavorável foram concomitantes para ocorrência da crise energética, atualmente vivida, que tem em suas bases, entre outros fatores, a dependência histórica da matriz hídrica, aliada a políticas energéticas ineficientes.          Por dispor de uma quantidade enorme de rios de planalto, propícios para a geração de energia, no território, assim, possuindo o terceiro maior potencial hidrelétrico do planeta, governos passados optaram por estabelecer a matriz hídrica como principal meio para a produção de energia, sendo hegemônica até os dias de hoje. Todavia, devido a fatores naturais e antrópicos, como o desmatamento da Amazônia - que, de acordo com especialistas, é a principal causa das baixas nas precipitações do Sudeste -, a diminuição do nível dos reservatórios compromete, drasticamente, a geração de energia. Com efeito, tendo em vista a demanda crescente e a baixa oferta, o consumidor tem de conviver com as tarifas abusivas. Além disso, setores, como o industrial, o agropecuário, e os comerciantes têm de arcar com os prejuízos provocados pelos apagões, como a perda de mercadorias refrigeradas.    Em vista desse panorama, o Governo - na figura do Ministério das Minas e Energia - já tomou algumas medidas, por exemplo, a tentativa de maior aproveitamento do potencial eólico do país. Entretanto, a má gestão dos recursos direcionados a construção dos parques e, principalmente, das redes de distribuição da energia gerada, somada aos desvios de verba dos projetos, ainda, são percalços na implantação efetiva do modal eólico no país. Consequentemente, há a busca por outras alternativas para a produção de energia a curto prazo, destacando-se as termelétricas - que são extremamente poluidoras e encarecem a energia elétrica, assim pesando no bolso da população.     Diante do exposto, torna-se evidente, portanto, que a crise energética é uma questão tanto ambiental quanto política. Sendo assim, cabe ao Mistério do Meio Ambiente a promoção de estratégias para reduzir a interferência humana no ciclo hidrológico, dessa maneira, estabelecendo uma maior fiscalização nas áreas de reservas florestais e buscando acordos com o setor agropecuário com o fito de conter o avanço da fronteira agrícola sobre a Floreta Amazônica, bioma com maior taxa de evapotranspiração do país, por conseguinte, reduzindo as estiagens frequentes. Ademais, é importante que o Ministério das Minas e Energia invista na construção de parques eólicos, contudo criando mecanismos de fiscalização com o intuito de barrar o desvio de capital das obras, bem como melhor avaliar os impactos que essas podem causar.