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Enviada em: 12/07/2018

No século XX, a compra desmedida de bens de consumo por uma população que almejava o enriquecimento rápido, sem pensar nas consequências dos seus atos, culminou na crise de 1929. Na era pós-moderna, entretanto o Brasil vivencia um colapso no armazenamento de água o qual, por sua vez, atinge as redes elétricas nacionais em virtude do descaso governamental combinado à histórica cultura do desperdício latente nos cidadãos no que se refere à manutenção dos recursos naturais.           Primeiramente, segundo Sérgio Buarque de Holanda, o brasileiro tende a colocar seus interesses econômicos particulares em sobreposição aos anseios gerais da comunidade. Nesse âmbito, é notório observar que a crise hídrica decorre do Estado por em primeiro lugar atividades - como o agronegócio - as quais apresentam vultosos lucros em um curto espaço de tempo. Desse modo, a oferta de energia é prejudicada porquanto os governantes não investem, a longo prazo, em fontes alternativas de eletricidade, não considerando, dessa maneira, as diversas potencialidades que o território  nacional apresenta no que diz respeito à geração de luz para as residências domésticas.           Ademais, o intenso desmatamento da mata atlântica assim como o esgotamento dos minérios durante o Brasil colônia por europeus que visavam, unicamente, o enriquecimento de uma metrópole onerosa demonstram que o ator coletivo, tradicionalmente, foi orientado a usufruir dos bens ecológicos de maneira inconsequente e dispendiosa. Nesse sentido, desconsiderando o princípio newtoniano de que toda ação gera uma reação, o indivíduo consome água como se esta fosse um bem infinito não pensando, dessa forma, nas consequências negativas que o gasto excessivo desse recurso irá acarretar nos setores energéticos brasileiros.            Destarte, é necessário que a mídia, em conjunto com os sindicatos, provoquem o surgimento periódico de protestos públicos pacíficos assim como palestras, de cunho histórico, abertas à comunidade sobre o uso consciente da água e os seus possíveis impactos na geração de eletricidade, no intuito de desconstruir na mentalidade dos brasileiros a ideia do desperdício como algo benéfico e sem consequências  negativas para o seio social. Por fim, o Estado, por meio das secretarias, deve redirecionar os investimentos utilizados nas hidrelétricas para a construção de usinas de energia eólica e solar em que a corrente gerada pelas fontes alternativas será redirecionada para uso doméstico no sentido de, dessa forma, propiciar uma maior economia dos recursos hídricos mediante à diversificação ecologicamente correta das fontes de energia elétrica.