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Enviada em: 15/07/2018

Na obra ''Vidas Secas'' o autor modernista Graciliano Ramos retrata a existência de uma família nordestina em busca de um lugar melhor para sobreviver contra à seca. De maneira análoga, atualmente, no Brasil, a escassez não é apenas um problema restrito ao Nordeste, tornou-se nacional. Nesse contexto, não há dúvidas que a crise hídrica é um desafio o qual ocorre, infelizmente, devido não só ao alto consumo, mas também a negligência governamental.        Deve-se pontuar, de inicio, que a lógica capitalista ultrapassou o campo de visão das consequências ao meio ambiente, como por exemplo, desequilíbrio ambiental, desmatamento, alagamento, alteração do ciclo de chuva.    Atrelado a isso, uso desenfreado e inconsequente da água são uma das causas que corrobora com o ''consumo virtual'' somando-se negativamente ao agravamento da crise, uma vez que utiliza-se, para a fabricação de um automóvel, calça jeans 11.000 litros de água, de acordo com o portal de notícias SPC Brasil. Isso, consoante ao pensamento de Paul Watson, diretor da fundação Greenpeace, a inteligência seria vista com a qualidade de coabitar harmoniosamente com o meio ambiente, ou seja, deve-se buscar um equilíbrio entre homem e o uso consciente dos recurso hídrico.        Vale ressaltar, também, que o aparato estatal brasileiro é ineficiente ao que diz respeito à crise. É notório a carência de investimentos voltados à criação de novas fontes energéticas.Um levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) concluiu que milhões de brasileiros ainda não têm energia elétrica em casa, ademais em março de 2018 ocorreu um apagão que atingiu várias capitais brasileiras, gerado por uma falha segundo o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Essa conjuntura, de acordo com as ideias do contratualista John Lock, configura-se uma violação do ''Contrato Social'', haja vista que o direitos naturais não estão sendo plenamente distribuídos para a manutenção da igualdade entre os membros da sociedade.        Nesse sentido, torna-se evidente, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. Cabe ao Ministério de Minas e Energia criar novas diretrizes energéticas capazes de diminuir a dependência das hidrelétricas e proporcionar o pleno acesso à eletricidade,  com parcerias de secretarias ambientais que promovam o menor impacto das novas fontes que serão instaladas. Ademais, cabe aos setores industriais promoverem a reutilização da água para amenizar o desperdício durante o processo de produção. A partir dessas ações, espera-se promover uma melhora das condições atuais.