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Enviada em: 12/07/2018

Na obra "A República" (380 a.C.), o filósofo Platão idealiza uma organização política pautada numa harmonia social completa, livre de conflitos e adversidades. Desde então, essa filosofia impulsionou o desejo das nações de alcançarem esse feito. Contudo, atualmente, a questão da crise hídrica tem afastado o Brasil na conquista desse objetivo. A partir disso, é válido analisar os aspectos políticos e sociais que envolvem essa problemática.       De início, ressalta-se que o governo mostra-se inerte ao não se utilizar de uma matriz energética variada. Isso porque a ausência de investimento em outras fontes de energia deixa o país dependente de apenas um setor, fazendo com que qualquer variação nas hidrelétricas cause um dano maior ao Brasil. Contata-se, desse modo, que o contrato social foi rompido, já que, segundo o filósofo Thomas Hobbes, é dever do Estado manter o bem-estar da coletividade.       Ainda, pontua-se que falta engajamento coletivo para se lutar em prol da diversidade de produção energética. A explicação disso é que as pessoas não se mobilizam a favor de outras matrizes energéticas, posto que a dependência de usinas hidrelétricas pode causar abalos econômicos e sociais no país. Considerando as reflexões do sociólogo Zygmunt Bauman para entender esse fenômeno, percebe-se que o pessimismo da modernidade exerce coerção sobre as pessoas, fazendo com que elas permaneçam inertes à quadros negativos.       Evidencia-se, portanto, que a dependência energética deve ser combatida. Por isso, é preciso que o Ministério do Meio Ambiente, por intermédio de estratégias ecológicas, promova a instalação de usinas elétricas de variadas fontes e que produzam uma energia limpa, na intenção de reduzir o impacto que as hidrelétricas possuem no país. Além disso, é importante a atuação de organizações não governamentais, em conjunto com o Ministério da Educação, na criação de programas estudantis que incentivem a criação de um senso crítico, na sociedade, sobre a importância de outras fontes energéticas, a fim de que o corpo social possa exigir do Estado uma atuação mais eficiente. Com isso, seria possível se aproximar do ideais utópicos propostos por Platão.