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Enviada em: 13/07/2018

Na obra literária ''Vidas Secas'', de Graciliano Ramos, é perceptível o contínuo anseio pela sobrevivência humana, a fim de obter um direito universal inquestionável: a água. A escassez desse bem hídrico tornou-se um problema atemporal e aflige a sociedade contemporânea à medida que sua demanda e consumo aumentam estando diretamente ligada à crise energética pela qual passa o país, já que, a estiagem prolongada, atinge a principal matriz brasileira que é a hídrica. Assim, torna-se imprescindível alterar esse uso desregulado e combater a desigualdade na obtenção de tal recurso.    Primeiramente, embora o país possua as maiores reservas de água por unidade territorial do planeta, é preciso destacar que elas estão desigualmente distribuídas no espaço geográfico brasileiro. A região Norte, notadamente a Bacia do Rio Amazonas, é aquela que possui a maior concentração de água no país, mas a maior parte da população brasileira não reside nos pontos onde a água encontra-se disponível de forma mais abundante, pois há uma concentração populacional muito elevada nas regiões Sudeste e Nordeste, as quais possuem os maiores históricos de secas e escassez de água ao longo do tempo.     Ademais, a estiagem no país tem afetado não só o abastecimento de água e causa a crise hídrica, como também, uma das consequências mais preocupantes é o impacto na produção energética brasileira. Mais de 80% da eletricidade gerada no país é proveniente de hidrelétricas e os reservatórios que abastecem tais usinas estão com níveis irrisórios por conta da seca. No Sul, Sudeste e Centro Oeste o nível médio está abaixo de 18%, a situação mostra  como a água e a energia andam de mãos dadas. Vale ressaltar também que, o  aumento de mais de 50% nas contas de luz também pode ser relacionado com a situação da  distribuição de eletricidade, mas não só com isso, o risco de racionamento também contribui para o aumento deste panorama, pois, empresas e indústrias investem em geradores contra apagões.    Portanto, diante de fatos supracitados, medidas são necessárias para resolver esse impasse. O Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Governo Federal, deve implementar a prática do racionamento da água com a distribuição correta da mesma. Outra medida viável seria encarregar simultaneamente as instituições de ensino, promovendo palestras e campanhas visando o não desperdício deste recurso e promovendo mudanças na mentalidade de novas gerações, minimizando assim a problemática em questão, já que o grande laço que une as duas crises é a forma como o Brasil escolheu gerar eletricidade.