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Enviada em: 14/07/2018

Desde a Ditadura Militar, com a construção da usina hidrelétrica de Itaipu, na época a maior do mundo, o Brasil demonstra uma dependência entre água e energia. Na obra literária “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, é perceptível o contínuo anseio pela sobrevivência humana, a fim de obter um direito universal inquestionável: a água. A escassez desse bem hídrico tornou-se um problema atemporal e aflige a sociedade contemporânea à medida que sua demanda e consumo aumentam. Assim, torna-se imprescindível alterar esse uso desregulado e combater a desigualdade na obtenção de tal recurso.       Em uma primeira análise, observa-se que, a falta de chuvas, principalmente nas regiões do nordeste brasileiro, e o grande consumo da população, está gerando uma grande preocupação referente a água. No entanto não é só o consumo direto que deve levar a culpa, outro contribuinte ao emprego irresponsável da água é o chamado “consumo virtual”. Isto é, a quantidade líquida utilizada para a fabricação de produtos, como, automóveis ou a própria calça jeans, que necessita de 11.000 litros para atingir a tonalidade ideal. Neste sentido, intuímos que o desperdício desse composto inorgânico não provém unicamente dos descuidos dos cidadãos, visto que as indústrias favorecem sua carência, ao visar a promoção de lucros comerciais do sistema de produção capitalista.     Além disso, o Brasil, no ano de 2014, enfrentou uma crise hídrica, principalmente, o estado de São Paulo, que sofre com o esgotamento do reservatório da Canteira. O sistema de abastecimento é responsável por 55% da área metropolitana da cidade de São Paulo. Abastecido por seis reservatórios, foi criado na década de 1970 por conta da alta demanda gerada pelo crescimento populacional, quem de 1940 pra cá mais que dobrou. Tal fato, somado à ausência de chuvas e à demanda de suprir as necessidades da população, fomentou um processo de conscientização e controle da distribuição da água em determinados dias da semana. Porém, ainda que a mídia se volte à localidade econômica mais desenvolvida do país, a região Nordeste já convive, há anos, com a ausência de abastecimento total desse fluido.      Portanto, para que os impactos da crise hídrica na geração de energia sejam consideravelmente reduzidos cabe ao governo melhorar o modelo energético do país, direcionando os investimentos em fontes renováveis de energia, como, por exemplo, a solar, instalando placas em locais que seriam inutilizáveis para outras funções, como em teto de arenas esportivas e construções públicas. Outra medida seria incentivar empresas a utilizarem fontes alternativas de energia, bonificando-as com selos e reduções tributárias, tornando esta utilização um diferencial no mercado. Para que assim o Brasil diminua à sua interdependência de agua e energia.