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Enviada em: 14/07/2018

Possuidor de 12% do total da água doce mundial em seu território, o Brasil, pode ser considerado uma potência hídrica e referência mundial em produção energética limpa proveniente de usinas hidrelétricas. Contudo, o atual modelo energético brasileiro apresenta falhas e desafios relacionados principalmente à possibilidade de uma crise dos recursos hídricos. Nesse contexto, deve-se analisar como uma má gestão dos recursos energéticos atua sobre a problemática em questão.          A priori, deve-se analisar como fatores históricos atuam sobre a problemática. No ano de 2014, o país presenciou, com maior notoriedade na região sudeste, uma crise hídrica relacionada à estiagem e má gestão dos recursos hídricos. Tal crise, além de evidenciar uma deficiência no que diz respeito à distribuição de água potável, também foi responsável por comprovar que o sistema energético brasileiro, majoritariamente hidrelétrico, apresenta falhas, uma vez que, com a pouca disponibilidade de recursos fluviais, torna-se inviável a produção de energia através dessa matriz, que por sua vez, é responsável pela produção de 90% do total de energia elétrica consumida no Brasil.         A posteriori, pode-se analisar como fatores econômicos também influenciam a problemática. Ao considerar que o aumento da economia de um país está relacionado, entre outros fatores, ao processo de industrialização e, destarte ao aumento do poder consumo por parte da população, nota-se que há uma sobrecarga no sistema energético, uma vez que, tanto a industria quanto o consumidor final necessitam de mais energia elétrica para satisfazerem seus interesses. Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), mostram que, de 2017 para 2018 houve um aumento de cerca de 1,5% no consumo de energia elétrica no Brasil, enquanto houve um crescimento de cerca de 1% na economia do país.           Torna-se evidente, portanto, que tanto fatores históricos quanto fatores econômicos atuam sobre a problemática da crise hídrica e suas consequências sobre o sistema energético. Nesse contexto, cabe ao Governo Federal, por meio do Ministério de Minas e Energia, o investimento de recursos financeiros em fontes de energia renovável, como por exemplo, a criação e manutenção de parques eólicos, visando diminuir a demanda por energia de fonte hidráulica e alcançando maior preservação ambiental. Cabe à sociedade civil, por intermédio das ONGs, a criação e veiculação de campanhas publicitárias que estimulem o consumo consciente de energia elétrica, evitando, por conseguinte, sobrecargas no sistema elétrico, essencialmente em horários de pico.