Materiais:
Enviada em: 15/07/2018

Historicamente as usinas hidrelétricas dominaram e ainda dominam a matriz energética brasileira, tendo a sua primeira grande usina construída em 1889, em Juiz de Fora. Contudo, foi a partir das décadas de 60 e 70, durante a ditadura militar, que os investimentos nesse setor se intensificaram exponencialmente em virtude da criação de hidrelétricas, como a de Itaipu, a maior do mundo. Sob essa ótica, é inevitável que um país extremamente dependente de um único recurso energético sofra consequências caso essa matéria-prima esteja em um momento crítico, como o caso da água que nutre as hidrelétricas. Dessa forma, a omissão do governo e impactos sociais conectam com a crise hídrica.        Em uma primeira análise, é válido observar que a omissão do governo é um fator que potencializa as percepções da crise hídrica no Brasil. Isso ocorre devido a um planejamento deficitário dos recursos energéticos no país e o frágil investimento em matrizes alternativas e renováveis. De acordo com um dado divulgado pelo IBGE, em 2014, a energia hidráulica ocupa cerca de 82% das formas totais da federação, fato esse que mostra a forte dependência a esse setor. É imprescindível salientar que a crise hídrica é um resultado dos baixos níveis de água nos reservatórios, cenário que é previsível, pois a diminuição acontece aproximadamente de 12 em 12 anos. Ainda assim o Governo tendo pleno conhecimento sobre esse fato não se prepara para se proteger da crise e evitar as catástrofes.        Em consequência desse quadro crítico, a população é a que mais sofre, pois a crise hídrica está intimamente relacionada com a geração de energia que abastece os brasileiros. A explicação física decorre sobre a força potencial gravitacional da água represada que é utilizada para movimentar as turbinas das usinas que transformará a energia potencial mecânica em futura energia elétrica. Logo, fica evidente que os níveis anormais de água acarretam numa falta de potência gravitacional necessária para gerar eletricidade que, posteriormente, será distribuída para as casas. Um resultado imediato desse importuno fenômeno é o aumento das contas de luz dos cidadãos brasileiros e da água, a fim de amenizar as despesas governamentais e também, indiretamente, desestimular o consumo.           Torna-se evidente, portanto, a necessidade de mudança nas matrizes energéticas brasileiras, a fim de diminuir a servidão do país pela água. Para reverter esse quadro, é necessário que o Governo, aliado ao Ministério de Minas e Energia, invista fortemente em novos planejamentos sobre formas alternativas de geração de energia. Tal ação pode ser feita com o redirecionamento de verbas captadas pelos impostos para criação de usinas alternativas e renováveis, como a eólica e solar, além de fomentar nos profissionais a criação de projetos que melhorem a distribuição do uso das hidrelétricas. Isso tudo a fim de diminuir a dependência hídrica e criar um país mais sólido na geração de energia.