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Enviada em: 29/07/2018

Segundo o princípio físico de conservação,há a conversão da energia potencial,oriunda da pressão da coluna de água represada, em energia elétrica, a partir da rotação das turbinas e da ativação de geradores nas usinas hidrelétricas. No entanto, em função do cenário de crise hídrica, há o desdobramento de impactos na geração de eletricidade no Brasil. Nesse sentido, verifica-se que a falta de planejamento técnico governamental, acrescida da manutenção dos índices de desmatamento,são elementos responsáveis por agravar o contexto de carência de distribuição de luz elétrica e de água.    Cabe ressaltar, em primeiro plano, que a escassez da implementação de estratégias sustentáveis e eficientes de funcionamento e de revitalização das represas, pode acarretar o acionamento das termelétricas e os episódios frequentes de queda de luz, tal como ocorrido na Região Metropolitana de São Paulo. Diante de tal perspectiva, percebe-se que o uso complementar de tal  instalação térmica, caracterizada por seu alto custo operacional  e pela queima de combustíveis fósseis, implica o aumento tarifário das contas públicas. É evidente, também, que a dependência energética nacional com relação à água, limita a diversificação da matriz de fontes renováveis, tornando as atividades econômicas e cotidianas vulneráveis à disponibilidade de tal recurso mineral.     Além de tal questão administrativa, destaca-se, ainda, que a permanência da fiscalização insipiente dos órgãos judiciais quanto à prática irracional e  indiscriminada de queimada florestal, amplamente utilizada nas atividades agropecuárias,provoca a interferência no ciclo biogeoquímico natural da água. Sob tal óptica, observa-se que a retirada da camada florestal, acentuada pelo avanço da fronteira agrícola, provoca a redução da reposição do volume dos rios, devido à diminuição das taxas de evapotranspiração das plantas. Desse modo, em decorrência  da atenuação dos índices pluviométricos, ocorre a limitação do uso dos reservatórios como força motriz para obtenção de eletricidade.      Sendo assim,constata-se que a perpetuação da dificuldade de gestão hídrica, associada à ausência de investigação e punição eficientes das práticas de desmatamento e de exploração, são aspectos relevantes para o estudo da relação entre o quadro hídrico alarmante e a geração de energia. Faz-se necessário, portanto, que o Ministério do Planejamento realize a contratação de gestores, arquitetos e engenheiros ambientais e civis especializados em obras de expansão e reforma preventiva de represas, por meio da utilização de maquetes e planilhas eletrônicas, de modo a garantir a distribuição igualitária de água e energia. É fundamental, ainda, que as Secretarias do Meio Ambiente, em parceria com o setor Judiciário, promovam a homologação de novos concursos de contratação de fiscais florestais responsáveis por inspecionar e denunciar  processos ilegais de uso do solo.