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Enviada em: 03/08/2018

O escritor austríaco Stefan Zweig, ao refugiar-se no Brasil em meados do XX, escreveu um livro ufanista cujo o título é até hoje repetido: "Brasil, país do futuro". No entanto, quando se observa a deficiência de medidas contra a crise hídrica no Brasil, hodiernamente, verifica-se que essa profecia é constatada na teoria e não desejavelmente na prática. Nesse sentido, torna-se evidente os impactos de tal crise na geração de energia, bem como a necessidade de uma ação conjunta do governo com o corpo social para resolver o impasse.   É indubitável que a questão constitucional e sua ineficiência estejam entre as causas do problema. No limiar do século XXI, a maior parte da eletricidade gerada no país vem de hidrelétricas, visto que após a Segunda Grande Guerra Mundial, a adoção de dessas usinas passou a ser relevante na produção de energia brasileira, em detrimento de outras formas renováveis de geração de energia. Assim, somando-se ainda o desperdício de água promovido pela sociedade, tanto a população quanto as industrias, e a falta de chuvas, cada vez mais acentuada pelo aquecimento global, o nível de água dos reservatórios das usinas hidráulicas vem diminuindo drasticamente. Por conseguinte, a conta de luz fica mais cara e o aquecimento global mais fortificado, pois torna-se necessária a utilização de usinas de alto custo e que poluem o meio ambiente, como as termeléticas.   Ademais, consoante a lei Newtoniana da Inércia, um corpo tende a permanecer em seu estado até que uma força atue sobre ele. Nesse interim, até que se promova uma mudança na forma de gerar energia, a questão permanecerá inerte. Dessa forma, o uso de fontes renováveis de energia que sejam inesgotáveis, como a eólica e a solar, já que o Brasil tem condições favoráveis a utilização, poderia resolver não somente a questão da geração de energia, mas também da sustentabilidade, entretanto, devido à falta de investimentos governamentais em usinas eólicas e solares, isso não é firmado.    Urge, portanto, que indivíduos e instituições públicas cooperem para mitigar a problemática. Destarte,  a Receita Federal, em parceria com o Ministério de Minas e Energia, deve direcionar parte das arrecadações para a construção de novas usinas eólicas e solares, de modo que se tenha um maior aproveitamento de tais recursos e se diminua a utilização da água no processo de geração de energia. Além disso, como já dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo. Logo, em parceria com o Ministério da Educação, a mídia deve veicular propagandas de cunho educativo que incentivem os brasileiros a utilizarem de forma consciente e sustentável a água. Outrossim, Ministério Público deve  investir em incentivos fiscais à empresas que promoverem a economia de água. Assim, talvez, a profecia de Zweig torne-se realidade.