Materiais:
Enviada em: 08/08/2018

É indubitável que a matriz energética brasileira constitui-se, majoritariamente, de hidrelétricas. Não obstante, sem outros meios, basta um período de estiagem para afetar toda a distribuição de energia do país. Nesse contexto, é oportuno ressaltar a falta de investimento nas diferentes fontes de obtenção de eletricidade e o desmatamento - causa principal da escassez de água no Brasil.       Mormente, no ano de 2015, o país que, contraditoriamente, é detentor de uma das maiores reservas de água doce do planeta, sofreu a maior crise hídrica da história. Intrinsecamente ligada a essa crise, há a floresta Amazônica, crucial na formação das matas ciliares, que protegem os rios do assoreamento e, também, na retenção de água, que é enviada para a atmosfera e distribuída por milhares de quilômetros. Não coincidentemente, as áreas que correspondem ao arco de desmatamento da Amazônia, como Acre e Mato Grosso, sofrem regularmente com a falta de água. Sem embargo, o desmatamento afeta não só o ciclo hidrológico das regiões adjacentes, como também contribui para a falta de chuva no país, pela ausência das correntes de ar que carregam vapor de água das matas.       Em paralelo, toda a geração da energia nacional não deveria depender exclusivamente do volume das precipitações atmosféricas. Fontes como a energia solar e a eólica, por exemplo, além de renováveis, são vantajosas em um país com a extensão territorial e o clima brasileiro. Em Portugal, há usinas eólicas instaladas nas faixas litorâneas dos mares, onde há maior incidência de ventos. Essa é uma alternativa válida para o Brasil, haja vista seu extenso litoral. Contudo, consoante dados da Empresa de Pesquisa Energética, em 2015 a fonte eólica correspondia a apenas 3,5% da matriz.       Infere-se, portanto, que medidas são essenciais para reverter tal problemática. É imperioso que o Ministério do Meio Ambiente, em conjunto com o Ibama, seja mais intransigente na aplicação de multas pelo desmatamento, realizando patrulhas nas áreas florestais, visando a conservação do ciclo da água e a redução das estiagens. Outrossim, o Governo Federal, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, deve realizar investimentos em fontes de energia renovável, ampliando a matriz energética brasileira. Sob tal perspectiva, a crise hídrica terá um decréscimo gradativo e a geração de energia no Brasil tornar-se-á mais eficaz.