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Enviada em: 14/08/2018

Conforme o Relatório Nacional das Águas, o Brasil apresenta uma situação confortável em termos globais quanto aos recursos hídricos. Essa disponibilidade, determinada a partir de valores totalizados para o país, indica uma situação satisfatória quando comparada aos demais países informados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Apesar desse aparente conforto, o Brasil vivencia uma crise de água que causa impactos na geração de energia, e para isso, é preciso considerar que existem fatores climáticos, políticos e geográficos associados a esse problema.        Em primeiro lugar, a recente diminuição das chuvas e seus reflexos nos mananciais afetaram todas as atividades produtivas, do abastecimento urbano à geração de energia, já que segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, cerca de 70% da energia, provém da geração de hidroelétricas. Embora haja uma redução das taxas pluviométricas, essa situação é resultado de um padrão de desenvolvimento sem planejamento, é o que diz Glauco Kimura de Freitas, coordenador do Programa Água para a Vida do WWF-Brasil. Dessa forma, não é justo responsabilizar apenas o clima pela falta de água, o conhecimento científico e a tecnologia desenvolvida já não permitem mais culpar a natureza pelas catástrofes anunciadas.        Além disso, a distribuição dos recursos hídricos no país maximiza o problema, que embora seja considerado a maior estância hidromineral do mundo e possua as maiores reservas de água por unidade territorial, é preciso destacar que elas estão desigualmente distribuídas no espaço geográfico brasileiro. Segundo a Agência Nacional das Águas (ANA), cerca de 80% da disponibilidade hídrica está concentrada na região hidrográfica amazônica, onde se encontra o menor contingente populacional e valores reduzidos de demanda de consumo.         Portanto, para que os impactos da crise hídrica na geração de energia sejam reduzidos, cabe ao Governo melhorar o modelo energético do país, mediante investimentos em fontes renováveis de energia, como a eólica, que é limpa e independe de condições climáticas cíclicas como épocas de chuva, instalando sistemas eólicos em prédios públicos, por exemplo. Além disso, o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, precisa investir em sistemas de monitoramento do clima, para haver melhor planejamento e gestão dos recursos. Outra medida seria fiscalizar com rigidez a captação e distribuição de água, evitando equipamentos e mecanismos obsoletos que levam ao desperdício.