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Enviada em: 01/05/2019

"É lamentável pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve." Victor Hugo, romantista francês, já em sua época, afirmava uma informação importante: a relação desarmônica entre o ser humano e os recursos naturais. Na contemporaneidade, esse fenômeno não é diferente, evidenciado pela crise hídrica no Brasil, cujo impacto é na produção de eletricidade, o que representa, assim, um desafio a ser enfrentado. Dessa forma, é necessário avaliar as causas desse cenário, que prejudicam a qualidade de vida, para, então, solucioná-las.    De início, cabe salientar que a tímida expansão das fontes alternativas de energia consolida a dependência de água para gerar energia. Segundo o jornal online Folha de São Paulo, em 2017, mais de 80% da eletricidade gerada no país já era proveniente apenas da hidrelétrica. Sob essa lógica, outras formas de energia, como a  eólica e solar, são subaproveitadas, o que evidência o grande monopólio das usinas hidrelétricas. Assim, quando os períodos de estiagens são longos, a falta de aguá, proveniente das chuvas, diminui consideravelmente o nível dos reservatórios que abastecem tais usinas, os quais ficam em estado crítico, como os da Região Sudeste e Centro-Oeste, o que ocasiona o encarecimento da produção de eletricidade. Logo, a busca por novas fontes de energia renovável pode ser a solução para que os problemas da crise hídrica deixem de afetar o setor de energia.      É notório, ainda, que a falta de chuvas pode resultar em contas de luz mais caras para a população brasileira. Sabe-se que as operadoras de energia elétrica adotam o sistema de bandeiras, para tornar mais clara a importância da boa gestão dos recursos hídricos para os consumidores. Assim, o valor das tarifas básicas dependem das condições climáticas, isto é, se os reservatórios estiverem cheios, a conta ficará mais barata, visto que há condições favoráveis para a produção de energia. Todavia, se eles estiverem com o nível abaixo do necessário, há um aumento na conta, devido à necessidade de ligamento das usinas termelétricas, para complementar a geração de energia. Dessa forma, o regime de chuvas impacta diretamente na produção energética e o seu repasse para a sociedade.      Fica claro, portanto, que a grande dependência de recursos hídricos no setor de energia brasileiro requer ações efetivas para ser resolvida. Nesse sentido, o Governo Federal deve investir em projetos de energia alternativa, por meio do Ministério de Minas e Energia, com o direcionamento das verbas públicas para a construção de grandes campos destinados à produção de energia solar e eólica, nas regiões mais necessitadas, além de limitar o uso de reservatórios com o nível muito baixo, a fim de evitar o aumento desenfreado na conta de luz. Espera-se, com isso, diversificar a geração energética do Brasil e minimizar a problemática.