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Enviada em: 25/10/2017

Durante a Ditadura Civil e Militar, vivida no Brasil entre os anos de 1964 e 1980, houve um grande investimento em infraestrutura com intuito de atrair o capital estrangeiro, sendo necessário a instalação de usinas geradoras de energia elétrica afim de fornecer uma base para o desenvolvimento industrial. Optou-se pelas hidrelétricas, capazes de converter a energia mecânica gerada pelo movimento das águas em energia elétrica, visando aproveitar o alto potencial dos rios brasileiros. O Brasil demonstra uma dependência entre água e energia, a partir do momento que o país sofre uma crise hídrica esta relação passa a ser um desafio, tanto por afetar a economia da população quanto por causar impactos ambientais.        No que diz respeito à economia, os impactos da crise hídrica na geração de energia implicaram em complicações para a população. A escassez de água nas grandes regiões do país levou a um aumento significativo nos preços das contas de luz, pois a termoelétricas foram acionadas afim compensar o declínio da produção, sendo elas fontes mais caras e mais poluidoras. Deixando claro a necessidade de diversificar a matriz energética nacional, afim de evitar a dependência de uma fonte específica.        Partindo da perspectiva ambiental, a instalação de hidrelétricas acarreta uma série de impactos ao meio ambiente, como:  inundação de áreas (destruindo a flora e a fauna), interferência no curso natural dos rios e nos seus ciclos (devido ao represamento e controle das águas), deslocamento de populações e também contribuindo para acúmulo de gás metano na atmosfera liberada na decomposição anaeróbica da matéria orgânica submersa. Sendo esse último a ser citado um grande contribuinte para a intensificação do efeito estufa, colaborando assim para as alterações dos ciclos naturais de chuvas, gerando em efeito em cadeia que acaba por acentuar a escassez de água perpetuando assim o problema, como foi o caso do Sistema Cantareira, onde o mesmo ficou com apenas 5% do seu volume.         É necessário, portanto, medidas para resolver os impasses gerados pela crise hídrica. O Governo Federal, através de projetos desenvolvidos pelos Ministérios do Meio Ambiente, das Minas e Energia e pela ANEEL, deverá investir na utilização de outros tipos de fontes renováveis, como a eólica, e, principalmente, a solar tendo em vista que o Brasil possui grandes níveis de insolação em várias épocas do ano, contribuindo assim para uma maior diversificação da matriz energética. Somado a isso, o Ministério da Tecnologia e Ciência poderia atrair empresas do setor privado, interessadas em desenvolver tecnologias de eficiência energética, visando desenvolver técnicas que garantam um melhor aproveitamento da mesma, sendo também necessário que a ANEEL desenvolva uma cartilha de uso racional de energia afim de conscientizar à população em geral.