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Enviada em: 06/05/2018

Desde a Revolução Francesa é possível notar com bastante clareza as diferenças existentes entre as opiniões políticas, já que foi lá a primeira divisão, entre jacobinos e girondinos - à esquerda e à direita. Essa divisão entre esquerda e direita continuou: a esquerda tende a ser mais progressista, como os jacobinos e a direita mais conciliadora, assim como os girondinos. Contudo, eles, durante a revolução se uniram em prol de um bem maior. Hoje essa união está comprometida pela falta de diálogo entre as diferentes posições políticas, que trazem consequências não só nesse âmbito, como no pessoal.       Acerca desse assunto, o principal fator para o distanciamento entre as pessoas, em decorrência da posição politica é a falta de debate ou a falta de qualidade do mesmo. No Brasil, há o forte hábito de argumentar contra o outro através de ofensas pessoais, principalmente quando sua opinião se vê vencida no debate, não se sabe ouvir e entender o erro. O fato de "o brasileiro não desistir nunca" pode não ser bom nesse sentido. O ato de concordar com o outro é extremamente doloroso, visto por muitos como uma derrota. Daí se entende bem o atual "bum" de fake news, prefere-se acreditar numa notícia falsa que concorde com as ideias que já se tem sobre o mundo, do que evoluir com ideias melhores.      Além disso, é fato que quando a população se une para cobrar de governantes algo para o benefício de todos, o sucesso é garantido, haja vista os protestos de 2014 em que multidões se juntaram nas ruas por mudança. Mas essa soberania do povo se vê ameaçada quando não se convive de forma harmônica com o diferente. Na atual conjuntura de interligação por meio das redes sociais, esse distanciamento se dá através do "não seguir" ou do "bloquear" outra pessoa que apresenta pensamento diferente. Isso porque é mais simples ignorar do que buscar entender.       Logo, é muito importante que as escolas, através de parceria entre o Ministério da Cultura e da Educação, incitem o debate entre diferentes ideias e pontos de vista, para que, no futuro, se possa conviver com diferentes ideias sem tanto conflito. Outrossim, é fundamental que, além de debates, essa parceria gere pesquisas científicas sobre cenários em que apenas um ponto de vista reinou - seja na revolução francesa, na URSS ou no terceiro Reich - e como a perseguição ao diferente foi ruim: as diferenças são essenciais. E, através dessas pesquisas, que, em tese, seriam de acesso à toda a população, poderia-se incitar um maior espírito de respeito e parceria, controlando essas divergências políticas nas relações sociais.