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Enviada em: 22/04/2019

Mudaram as estações, mas será que nada mudou?             Em 2011, a Primavera Árabe impulsionou cidadãos a protestarem contra o governo ditatorial de países como a Tunísia e o Egito. A força coletiva resultou em revoltas sociais que conseguiram derrubar os regimes que inibiam a liberdade da população, mostrando a importância da atuação cidadã. No Brasil, mesmo com um governo democrático, vive-se uma sensação de descrença diante das promessas públicas, o que evidencia uma crise de representatividade política e a necessidade de transformar esse cenário.             Primeiramente, é constante a quantidade de eleitores que votam sem pesquisar sobre o partido político. Em muitos casos, as propagandas partidárias traçam o perfil do candidato com características que se assemelham a um padrão: combatente de injustiças, popular e simpático. Por conseguinte, as pessoas criam uma afinidade com o candidato e, pela falta de senso crítico, não buscam referências sobre o seu passado político ou o do partido. Tal fator é um agravante, pois os falsos compromissos estipulados pelos governantes, se eleitos, geralmente, não são cumpridos, o que acarreta na decepção do eleitorado.             Outro fator determinante são as denúncias dos casos de corrupção. Frequentemente, os meios de comunicação denunciam governantes que praticam o “caixa 2”, isto é, o desvio de verbas públicas para detrimento próprio, o que parece justificar o porquê de a maioria dos investimentos em saúde e educação nunca terem um resultado efetivo em melhorias sociais. Além disso, segundo os dados do Latinobarómetro de 2015, 42% dos brasileiros acreditam que a política perdeu a credibilidade com a população, neste sentido, os indivíduos não se sentem representados pelos dirigentes vigentes, botando em risco a desvalorização da participação civil.            É necessário, portanto, que os cidadãos exerçam sua atuação política para conter esse impasse. Para tal, a mídia, com seu poder persuasivo, deve prestar campanhas que incentivem o público a procurarem sobre os feitos dos partidos políticos; é dever, também, de os indivíduos prezarem pelo bem-estar social e pesquisarem sobre os candidatos. Ademais, é imprescindível que o Governo fiscalize com vigor os gastos públicos e puna aqueles que cometerem irregularidades. Se a força do coletivo lutar por uma representação política que preze pela transparência e democracia, a chegada de um Inverno Brasileiro poderá ser freada.