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Enviada em: 13/03/2017

Revanchismo fomentador de ódio    No século XVII, o Brasil teve sua primeira crise política com o Primeiro Reinado, situação a qual se assemelha com a atual instabilidade governamental do século XXI. A sociedade sofre diretas consequências decorrentes desse cenário, entre elas, a divergência política e seus efeitos nas relações sociais. Assim, surge a problemática de como contornar essa conjuntura que é fruto direto da presença da mídia e dos canais de comunicação que não são imparciais, além dos cidadãos que por meio deles propagam discursos de ódio ao defender um ponto de vista.    É indubitável que a questão midiática possui um papel determinante entre as causas do problema. De acordo com Aristóteles, a política deve ser utilizada, de modo que, por meio da justiça o equilíbrio seja alcançado na sociedade. Analogamente, é possível perceber que, no Brasil, a mídia ao não ser neutra rompe com essa harmonia, haja vista que, embora seja benéfica ao explicar a crise e seus efeitos, há brechas como a adoção de um determinado partido ou de uma ideologia fixa que influenciam o cidadão e atrapalham sua formação de opinião própria. Desse modo, evidencia-se a importância de uma mídia mais imparcial como forma de combate à problemática.    Outrossim, destacam-se as redes sociais como impulsionadoras de efeitos negativos nas relações sociais, decorrente de divergências de ideologia. Segundo Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que o discurso de ódio e a intolerância caminham juntos no que diz respeito à forma coletiva da sociedade agir mediante as divergências políticas, com palavras que incitam violência e hostilidade ao não concordar com um ponto de vista. Com isso, o fortalecimento do revanchismo como fomentador de ódio, funciona como agravante desse problema no Brasil.    Entende-se, portanto, que a intolerância e a falta de respeito às opiniões políticas divergentes são fruto da sociedade e de seus canais de comunicação, marcando intensos fatos sociais. A fim de atenuar o problema, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária – o CONAR- deve-se elaborar um plano de maior imparcialidade dos canais de comunicação, sempre expondo os dois lados, sem omitir nenhuma informação, além de aplicar campanhas de abrangência nacional para que haja incentivo e estímulo ao respeito às opiniões diferentes, como forma de melhorar as relações sociais. Dessa forma, com base no equilíbrio proposto por Aristóteles, esse fato social será gradativamente minimizado no país.