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Enviada em: 10/05/2019

Elitização da arte. Altos preços. Falta de logística. Distorção de leis. Essas são algumas constantes que permeiam a discussão sobre a coletivização do acesso à cultura no Brasil. Assim, mesmo com todo o desenvolvimento social e tecnológico presente, a acessibilidade da população a meios artísticos ainda está demasiadamente cerceada no pais. Nesse sentido, percebem-se dois pontos nessa problemática: a desvirtuação de leis de incentivo cultural e a corrupção generalizada no Governo.   Nesse contexto, é importante salientar que lei Rouanet, um dispositivo de incentivo a inclusão cultural, está sendo utilizada criminosamente para privilegiar artistas já ricos, cujos quais cobram elevados preços em seus shows, privando, desse modo, a população mais pobre da participação. Segundo a revista Veja, o cantor Luan Santana, que tem uma renda mensal por volta de três milhões de reais, conseguiu captar mais de quatro milhões da lei Rouanet para uma turnê, a qual cobrava ingressos de 250 reais para cada pessoa. Torna-se claro, à vista disso, que não é justo uma lei, que deveria integrar a população mais humilde aos meios culturais, ser usada para enriquecer ainda mais artistas extremamente ricos.  Ademais, outro grande fomentador dessa problemática é a corrupção sistêmica do Estado, que faz com que os investimentos em meios de comunicação, artísticos e recreativos sejam desviados, egoistamente, para a conta de poucos marginais. De fato, como disse o ex-presidente Fernando Henrique: ''A corrupção sufoca a arte''. Com isso, o meio cultural está sedo saqueado e impedido de cumprir suas funções sociais.  Fica evidente, portanto, que é primordial o combate a corrupção e a má utilização das leis. Nesse sentido, faz-se necessário que o Governo, por meio do Ministério da Cultura, aumente o rigor e a fiscalização da utilização da lei Rouanet, contratando supervisores e examinadores, para que essa lei tão importante seja utilizada somente para os mais pobres. Além disso, é preciso que a mídia averigue e denuncie os casos de corrupção. Só assim, a arte será deselitizada e a democratização cultural enaltecida.