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Enviada em: 13/05/2019

Na sociedade contemporânea, a democratização do acesso à cultura no Brasil apresenta-se como um desafio de caráter social. Isso deve, sobretudo, ao fato de o acesso à cultura não se consolidar de forma igualitária o acesso à cultura no Brasil, tendo, assim, uma desigualdade sociocultural. Nesse contexto, a falta de integração e acessibilidade, em conjunto à mercantilização cultural são os desafios para uma eficiente democratização. Logo, são necessárias mais ações dos órgãos governamentais e sociais, visando ao enfrentamento desses desafios.       Em verdade, no advento do processo histórico brasileiro, a criação do Ministério da Cultura, em 1985, durante o governo de José Sarney, foi um marco para conceder a liberdade de expressão e a difusão cultural. Na sociedade moderna, no entanto, o Brasil inserido em um contexto de “apartheid cultural”, ou seja, as regiões periféricas estão mais distantes dos museus e teatros. Nessa perspectiva, a falta de integração e acessibilidade impossibilita o acesso de grande parte da população. Isso deve-se, principalmente, ao não incremento dos subsídios aos municípios, de maneira a deixar as ferramentas culturais restritas aos grandes centros urbanos. Logo, esse processo de restrição tem como característica o elevado preço do acesso cultural, que criou uma segregação nessa área, visto que a maioria da população não tem renda suficiente para sua inserção.     Outrossim, conforme preconizado pelo filósofo Theodor Adorno, em sua teoria da “indústria cultural”, a arte passou a ser instrumento industrial com a finalidade lucrativa. Desse modo, por meio dos veículos de comunicação a sociedade está sendo moldada culturalmente, tendo uma sobreposição de suas origens. Nesse sentido, esse processo erradica a essência brasileira de característica regional, na busca pela incorporação de uma cultura capitalista. Dessa forma, toda produção artística regional que não seja lucrativa, por exemplo, folclore, frevo e outras produções imateriais são esquecidas, o que causa desigualdade de acesso.     Dessa forma, torna-se evidente a necessidade de democratizar o acesso à cultura na sociedade brasileira. Para tanto, cabe ao Governo Federal, por intermédio do Ministério da Cultura, em conjunto ao Ministério da Ciência e Tecnologia, a criação de uma plataforma digital com acessos culturais e imateriais de diferentes regiões brasileiras, mediante a parcerias com as empresas do ramo que, como benefício, herdariam isenções fiscais. Além disso, é necessária ampliação dos programas já existentes, por exemplo o vale-cultura, com o fito de garantir um acesso mais efetivo, pois a cultura é essencial para a cidadania. Ademais, os Ministérios da Educação, em conjunto com as escolas, devem promover a integração da cultura brasileira em âmbito escolar, por meio de palestras, seminários, projetos culturais e viagens aos lugares históricos, para que a cultura brasileira seja preservada, visto que ela é fundamental na consolidação histórica brasileira.