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Enviada em: 17/06/2019

Promulgada pela ONU em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos garante a todos os indivíduos o direito à cultura e proteção universal a diversidade dessa. Conquanto, esses direitos não estão disponíveis para todos, tendo em vista o grande número de comunidades as quais não têm acesso a meios que possibilitem sua democratização. Nessa perspectiva, torna-se premente analisar as principais causas que os levam a tal situação: a falta de objetos culturais nas periferias e a diminuição do incentivo a diversidade.   Em primeira análise, é licito postular a falta de bens culturais em ambientes mais longínquos do centro urbano. Segundo pesquisas realizadas por Maurício Fiori, morar em regiões periféricas gera uma diminuição de 2,6% ao acesso a produtos culturais, como museus, bibliotecas e cinemas, fato evidenciado pela má distribuição de tais meios. Como consequência, a falta de oportunidades afeta uma grande parcela populacional, o que prejudica a formação plena do indivíduo. Dessa forma, urge a extrema necessidade do aumento da disponibilidade de acesso às manifestações humanas em regiões não centrais.   Faz-se mister, ainda, salientar a carência do estímulo ao multiculturalismo. De acordo com a antropóloga Ana Rosa Montecón, o neoliberalismo foi fechando a diversidade cultural, pois é interesse dos grupos econômicos promover apenas a cultura de massa e, dessa forma, o aparato público é limitado. Evidenciando o supremacitado, os filósofos Theodor Adorno e Max Horkheimer cunharam o termo Indústria Cultural a qual expõe que a atual sociedade capitalista trata todos como iguais, propagando uma ideologia dominante. Advindo disso, muitas pessoas tendem a alienação. Desse modo, torna-se indispensável à adoção de medidas capazes de fragmentar esse comportamento social.      Infere-se, portanto, a necessidade de medidas aptas a gerar a plena democratização desse meio. Logo, urge que o Ministério da Cultura em parcerias público-privadas com instituições artísticas, por meio de incentivos fiscais a tais empresas, desenvolva programas os quais propaguem peças teatrais e sessões de cinemas nas periferias a preços populares ou gratuitamente, para que assim todos tenham a chance de entrar em contato com tais manifestações. Ademais, o Ministério da Educação, em conjunto com escolas, deve incluir a disciplina de ética e cidadania no currículo escolar dos ensinos infantil, fundamental e médio, com o intuito de desconstruir a alienação enraizada na sociedade pós moderna e disseminar o interesse pela busca a diversidade. Dessa forma, será possível caminhar para uma sociedade justa e igualitária como previsto na Declaração dos Direitos Humanos.