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Enviada em: 15/05/2019

TEMA: GESTÃO DO LIXO NO BRASIL                                                             O ideal verde-amarelo       Uma das premissas-mór enfatizada pelo Arcadismo — escola literária surgida no ocidente ao permear do século XVIII — foi a necessidade de manter preservada a integridade do meio ambiente, face aos avanços técnicos. Antagônico ao movimento árcade, na atualidade, a ineficácia na gestão do lixo brasileiro demonstra a fragilidade na cultura de cautela ecológica em uma nação, na qual põe em xeque princípios estabelecidos pela própria democracia a rege. É imprescindível, assim, a adoção de um maior olhar de enfrentamento à problemática.      Sob um ponto de vista construtivista, é considerável frisar que a defasagem do cuidado ambiental, na qual acarreta ao declínio na gestão do lixo no Brasil, deve-se, principalmente, à desigualdade no acesso aos recursos que facilitam a necessária manipulação desse artefato. Isso se evidencia, principalmente, por um olhar sociológico no âmbito, no qual torna observável o maior déficit na gestão dos materiais residuais em áreas menos favorecidas economicamente — o que torna tais indivíduos mais vulneráveis às consequências advindas do crítico saneamento vigente, como o desenvolvimento de doenças bacterianas. Assim, explicita-se a necessidade de um maior amparo nesse meio social. A parafrasear o educador Paulo Freire, entende-se que a maior parte das mazelas e distúrbios sociais, que compõem um cenário coletivo, perpetua-se, primordialmente, devido à ausência no acesso às instruções pedagógicas na matriz de cada indivíduo. Na prática, isso é visível pela pouca participação da esfera civil no conhecimento de seus direitos de estado, visto que a própria Constituição Federal de 1988 garante o acesso isonômico aos recursos essenciais para o bem estar comunitário, como o saneamento básico. Dessa forma, faz-se ótico que enquanto não houver um rearranjamento da logística do lixo no território brasileiro, um ideal verde-amarelo estará ameaçado: o direito à vida.                 Depreende-se, portanto, a fundamental importância da regularidade e equidade no tratamento do lixo no território brasileiro, sobretudo a fim de cumprir o que prevê a própria Carta Magna. Dessa forma, compete ao Ministério Público intensificar os novos mecanismos fiscais, que garantam a todos a frequente recolha dos resíduos domésticos, em todos os segmentos da sociedade, a fim de atenuar, a curto prazo, as consequências acarretadas pelo declínio do saneamento. À mídia, por sua vez, convém criar novos conteúdos televisivos que alertem à população a necessidade de lutar pelos direitos sociais, no intuito de construir indivíduos mais engajados socialmente. Por conseguinte, sob aplicação dessas medidas, construir-se-á um país valorizador da vida e que faria jus às ideologias arcadistas.