Materiais:
Enviada em: 18/05/2019

A alta cultura no Brasil sempre foi monopólio de uma pequena elite. Durante boa parte do Período Colonial e do início da República, grande parte da produção literária, por exemplo, era feita por indivíduos de descendência nobre - geralmente retornando da Europa após a conclusão de seus estudos -, sendo acessível apenas a uma minoria leitora. Por outro lado, manifestações culturais e religiosas sempre estiveram presentes em todas as classes sociais de maneira democrática, devido, principalmente, à importação de elementos culturais africanos junto com a escravidão. No Brasil atual, entretanto, percebe-se um desinteresse e uma dificuldade de acesso à cultura de um modo geral. Cabe, assim, investigar as causas desse fenômeno.       Devido à globalização, o conceito de cultura, hoje, se refere principalmente a produções artísticas de origem europeia ou estadunidense. Essas, contudo, não se restringem à pintura ou à literatura, sendo também o cinema e a televisão elementos culturais. No caso do cidadão brasileiro, o baixo nível de instrução, a difícil situação financeira da população em geral e a falta de espaços públicos adequados para disseminação cultural impossibilitam o interesse pela cultura na forma de literatura ou de espetáculos artísticos, que geralmente requerem muito dinheiro e repertório cultural prévio. Entretanto, observa-se que formas culturais financeiramente mais acessíveis, como o cinema, a música e as séries televisivas são de amplo interesse popular, constituindo a chama "cultura pop". Nota-se, dessa forma, que a democratização do acesso á cultura no Brasil deve partir de ações que foquem na diminuição de preços e na própria educação do indivíduo.       Desse modo, cabe ao Governo Federal promover a disseminação da cultura a baixo custo, por meio da construção de espaços públicos para apresentação de obras artísticas, para que a população tenha acesso à cultura do teatro e da dança. Também, cabe ao Poder Executivo incentivar a leitura desde o Ensino Básico, com a construção de bibliotecas comunitárias, com o fim de que se crie uma sociedade leitora. Dessa maneira, pode-se garantir o acesso à cultura por todos, sem distinção de nível cultural baseado no nível socioeconômico do indivíduo.