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Enviada em: 21/05/2019

Segundo McLuhan, a modernidade é marcada pelo fenômeno da “Aldeia global”, uma vez que o intercruzamento social graças à era tecnológica democratizou a cultura em escala mundial. Todavia, essa visão ainda não é totalmente verossímil, já que a existência de excluídos culturais torna-se empecilho ao acesso democrático da cultura. Indiscutivelmente, esse cenário é fruto da segregação sociocultural de quem não tem contato com os meios provedores de valores sociais. Assim, a padronização cultural, aliado ao caráter mercadológico da cultura, tornam-se significantes para atenuação desse atual quadro.       À priori, é cabível ressaltar a normatização cultural como principal excludente, hodiernamente. Evidentemente, a imposição de padrões promovidos pela indústria cultural gera seus excluídos, à medida que segrega quem não pertence a determinados nichos culturais. Quando Pierre Levy discorreu sobre o potencial de deleção social, ocasionado pela tecnologia, tinha por intuito ressaltar a capacidade de isolamento que a mídia promove. Assim, é perceptível que os padrões culturais vigentes deturpam o princípio democrático, já que não atingem a todos da mesma forma.          Em segundo plano, frente à padronização da cultura, é válido ressaltar o papel comercial que esta assumiu, como obstáculo ao acesso democrático. Esse cenário advém do consumismo por trás da cultura, posto que a comercialização dos provedores de cultura é inacessível à grande parte das camadas populares. Foi nesse contexto que Zygmunt Baumam, em sua teoria líquida, falou sobre o “Consumo, logo existo”, pois o mercado cultural deleta pessoas cujas condições de compra são debilitadas. Sendo assim, nota-se a necessidade de projetos os quais visem tornar acessível a cultura social.          Em suma, evidencia-se que a dificuldade de acesso à cultura gera a exclusão social. Dessa forma, cabe ao Governo Federal, por intermédio dos Ministério da Educação e da Cidadania, criar políticas públicas de ampliação cultural, por meio de investimento em projetos socioculturais no ambiente escolar e demais instâncias urbanas, que deverão oferecer suporte técnico e tecnológico ao público. Desse modo, tendo por finalidade apresentar o ambiente de diversas mídias para quebrar padrões, mas também tornar público os recursos provedores de cultura. Assim, além de democratizar o acesso cultural, tais diretrizes terão por efeito ampliar a visão de mundo, e com isso ratificar, enfim, a “Aldeia global” para a modernidade.